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Fernanda Torres suspende peça por ‘brigadas conservadoras’

Atriz cancelou temporada de 'A Casa dos Budas Ditosos' e revelou que não realiza projetos com Lei Rouanet há dez anos

Por Redação
Atualizado em 26 out 2018, 18h09 - Publicado em 26 out 2018, 15h40

Fernanda Torres revelou, nesta sexta-feira, que decidiu suspender a próxima temporada da peça A Casa dos Budas Ditosos, que entraria em cartaz em novembro na periferia do Rio de Janeiro, por “temer os humores das brigadas conservadoras”. Em sua coluna para o jornal Folha de S.Paulo, Fernanda fez um balanço sobre o momento político atual e desabafou: “A autocensura já dita regras”. 

A atriz carioca ainda revelou que não realiza projetos com os incentivos da Lei Rouanet há dez anos, junto com a sua produtora, por desconfiar que “a renúncia fiscal se transformaria numa arapuca para a classe artística”. “O discurso do mama-tetas surgiu nas redes, em meados do governo PT, e foi aprimorado pelo candidato que periga chegar ao poder em janeiro. À possível extinção dos mecanismos de isenção para as artes, se somará a retórica moralizante, avessa à liberdade de expressão”, escreveu. 

A lei de incentivo à cultura também já não é utilizada por outros integrantes da classe artística, como Antonio Fagundes. O ator critica o formato, em que os incentivos fiscais são fornecidos às empresas, que escolhem patrocinar os projetos culturais em troca de divulgação. “É uma lei nem-nem: nem é política cultural nem de mercado. É feita por gerentes de marketing de empresas que não entendem de teatro”, afirmou a VEJA em março de 2017.

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O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) também tem sido um crítico da Lei Rouanet ao longo de toda a campanha.

Fernanda interpretou A Casa dos Budas Ditosos pela primeira vez em 2003, há 15 anos. Com adaptação para o teatro de Domingos de Oliveira, o livro de João Ubaldo Ribeiro foi publicado pela primeira vez na série Plenos Pecados da editora Objetiva em 1999, representando a luxúria. O monólogo é narrado por uma baiana de 68 anos que vive nos Rio de Janeiro e conta, sem culpa ou pudor, as aventuras libertinas que viveu durante a vida.

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