Escrita por Jorge Aragão, Almir Guineto e Luís Carlos, Coisinha do Pai se tornou um ícone do samba na voz de Beth Carvalho, morta nesta terça-feira, 30, aos 72 anos. A cantora lançou a música em 1979, como parte do disco No Pagode, e viu o sucesso ser regravado e interpretado por vários outros músicos depois disso. Viu, também, a canção chegar a Marte.
Em 1997, Coisinha do Pai foi usada para “acordar” o robô Sojourner, que fazia parte da missão Mars Pathfinder, criada pela Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) para explorar a superfície do planeta. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo da época, variadas músicas eram enviadas a cada dia, da Califórnia a Marte, para que o robô começasse seu trabalho.
Em um dos dias, graças à engenheira carioca e funcionária da Nasa Jacqueline Lyra, a canção escolhida foi o samba eternizado na voz de Beth Carvalho – a versão tocada, no entanto, foi aquela interpretada por Elba Ramalho e Jair Rodrigues. Em entrevista à Folha, a engenheira afirmou que o trecho usado para despertar o Sojourner foi: “Você vale ouro/todo o meu tesouro (…) Agradeço a Deus porque lhe fez/Ô coisinha tão bonitinha do pai”, que representava o carinho que os cientistas tinham pelo robô.