Anualmente, na época do Natal, o quadro Natividade com São Francisco e São Lourenço é lembrado. A tela, pintada pelo italiano Caravaggio em 1609, retrata o nascimento de Jesus ao lado da Sagrada Família e dos santos Francisco e Lourenço. A Oobra foi furtada na década de 60, e até hoje o crime não foi solucionado.
Avaliada em 20 milhões de dólares, a pintura foi furtada do altar de um oratório em Palermo, capital da Sicília, em 1969. Um detalhe do crime chamou atenção: a obra foi perfeitamente retirada de sua moldura com uma faca, sem deixar nenhum vestígio, mesmo tendo 2,68 metros de altura por quase 2 metros de largura. Desde então, inúmeras versões sobre o que teria ocorrido circulam na imprensa, todas relatadas por antigos membros da máfia siciliana Cosa Nostra, apontada como a organização criminosa por trás do roubo.
Enquanto muitos ex-mafiosos afirmavam que a obra não existia em nenhuma forma reconhecível, outros chegaram a afirmar que ela estava exposta na sede da organização ou que o quadro havia sido vendido para o Estado italiano como forma de barganha por melhores condições carcerárias.
Uma das últimas pistas sobre o paradeiro de Natividade foi revelada em 2009 por Gaspare Spatuzza, ligado à Cosa Nostra. O homem informou às autoridades que, após o roubo, a obra foi escondida em um celeiro, onde acabou sendo comida por porcos e ratos e seus restos, queimados por membros da organização.
No entanto, uma declaração do início de 2018 deu novos ares ao clima desanimador de até então: Gaetano Grado, ex-membro da Cosa Nostra, afirmou ter participado do crime e entregou o quadro a Gaetano Badalamenti, poderoso chefe da organização na época. Em seguida, o homem teria levado a tela para a Suíça, onde um negociante de arte sugeriu que a obra fosse cortada em partes para ser vendida discretamente.
Investigadores da Comissão Antimáfia italiana foram à Suíça e ao Leste Europeu em busca de pistas que possam ajudar a encontrar a obra, que faz parte da lista dos dez principais crimes de arte não resolvidos do FBI. Apesar de ser mais uma versão, a esperança de recuperar a obra e recompor o altar do Oratório de São Lourenço, que ganhou uma versão digital do quadro em 2015 por uma empresa espanhola, dá o ânimo necessário para prosseguir a investigação quase meio século após o desaparecimento.