Elton John não quis esconder seus dias regados a cocaína e sexo de Rocketman, sua cinebiografia que estreia nesta quinta-feira, 30, no Brasil. O cantor declarou, em artigo escrito para o jornal britânico The Guardian, que produtores quiseram atenuar essas questões para que a classificação indicativa do filme nos Estados Unidos passasse de “restrito” para “impróprio para menores de 13 anos” – aumentando, assim, seu potencial de bilheteria.
“Eu simplesmente não levei uma vida com a classificação indicativa ‘impróprio para menores de 13 anos'”, escreveu. “Eu não queria um filme recheado de drogas e sexo, mas, igualmente, todos sabem que tive bastante dos dois durante os anos 1970 e 1980, então não fazia muito sentido produzir um longa que mostrasse que, depois de cada show, eu voltava para o meu quarto de hotel com apenas um copo de leite quente e uma Bíblia dada por um Gideão como companhia.”
De acordo com o artista, a divergência entre suas preferências e o desejo dos estúdios foi a razão pela qual o projeto demorou duas décadas para sair do papel – antes do acordo de produção com a Paramount Pictures, o longa foi sondado pelo Walt Disney Studios e pela Focus Features.
Sexo e drogas, porém, não eram os únicos aspectos em que John discordava dos produtores. “Alguns estúdios queriam que tirássemos a fantasia e fizéssemos uma cinebiografia sem rodeios”, escreveu. “Quando minha carreira decolou, aconteceu de uma maneira que quase não parecia real para mim. Eu não fui um sucesso da noite para o dia. (…) Existe uma cena em Rocketman na qual eu estou tocando no palco de uma boate em Los Angeles e tudo começa a levitar, incluindo a mim, e honestamente, foi assim que eu senti.”