Membros de Hollywood estão se movimentando por mudanças no uso de armas em produções audiovisuais depois que Alec Baldwin matou a cinegrafista Halyna Hutchins com um disparo acidental no set do filme Rust. Diante da tragédia, alguns diretores anunciaram que não usarão mais as chamadas “prop guns” – armas reais carregadas com munição modificada – em suas produções, e uma petição com esse fim está em curso.
O principal nome à frente dessa tomada de posição é Eric Kripke, criador e produtor executivo da série The Boys, da Amazon Prime Video. Nas redes sociais, ele anunciou que não usará mais as armas reais em nenhuma de suas produções. “Alguém ferido ou morto no meu set é meu pior pesadelo. Enviando amor para a família de Halyna Hutchins. Eu sinto muito. Em sua memória, farei uma promessa simples e fácil: nunca mais usarei armas reais com balas modificadas em nenhum dos meus sets. Usaremos efeitos visuais de disparo, quem está comigo?” convocou ele.
Um abaixo-assinado lançado pelo roteirista Bandar Albuliwi conta até o momento com pouco mais de 3 000 assinaturas reivindica o fim do uso das prop guns nos sets e traz uma pequena biografia de Halyna Hutchins. “Precisamos garantir que isso nunca se repita. Não há desculpa para que algo assim aconteça no século XXI. Armas reais não são mais necessárias em sets de produção de filmes. Este não é o início dos anos 90, quando Brandon Lee foi morto da mesma maneira”, diz a nota no site, aludindo ao acidente similar que matou o filho de Bruce Lee durante as filmagens de O Corvo, em 1993.
Outro que se pronunciou foi o diretor e produtor James Cullen Bressack, que trabalhou com Hutchins em uma série de projetos, e anunciou que passará a usar apenas armas de airsoft e borracha a partir de agora. “Isso nunca deveria ter acontecido. Halyna, você era uma joia. Isso tudo está errado”, tuitou ele. Dara Resnik, roteirista da série Demolidor e outras produções televisivas, usou o caso para falar sobre sua própria experiência. “Eu estava no set de Shooter quando um cinegrafista foi atingido na testa com uma bala cinematográfica e jorrou sangue para todos os lados. Eu estava em um set onde uma equipe poderia facilmente ter sido atropelada por um trem. Fazer filmes é muito perigoso, e precisamos nos preocupar mais com isso.”