David Byrne não pode negar o título de “tiozão” do Lollapalooza 2018. Em meio a uma lineup repleta de nomes, por assim dizer, jovens da música, o ex-Talking Heads fez bonito ao apresentar um show teatral, divertido e bem alinhado com sua banda. As caras e bocas, passos de danças e interações conseguiram conquistar até os desavisados, que se aproximavam do palco Ônix em busca de um bom lugar para a banda seguinte, a esperada Imagine Dragons.
De sua experiência multifacetada ao palco monocromático em tons de cinza, o artista de cabelos brancos parecia destoar do festival, que esbanja cores, e do público, que de tão alternativo, acabou homogêneo. O veterano usou sem modéstia da ajuda dos colegas instrumentistas vestidos na mesma escala de preto e branco, cujas vozes formaram um coro que acompanhou o cantor durante seu show. Uma delas, no entanto, ganhou destaque. O brasileiro Davi Vieira, parte da banda de Byrne, surpreendeu os presentes com um rap em português.
O americano aproveitou a oportunidade para apresentar seu mais recente álbum, American Utopia, lançado 14 anos depois de seu último trabalho, Grown Backwards, de 2004. Nesse meio tempo, Byrne produziu desde trilhas sonoras de filmes italianos a livros sobre bicicletas, sua grande paixão — além da música.
Depois do Lollapalooza, Byrne ainda fará três apresentações no Brasil: em Curitiba, em 26 de março; Rio de Janeiro, no dia 28, e Belo Horizonte, no dia 29.
Confira abaixo a seleção de músicas apresentadas neste sábado:
Here
I Zimbra
Slippery People
Everybody’s Coming to My House
This Must Be the Place (Naive Melody)
Once in a Lifetime
Toe Jam
I Dance Like This
Every Day Is a Miracle
Blind
Dancing Together
The Great Curve
Burning Down the House