A Disney perdeu 7,4 bilhões de dólares no ano fiscal de 2020, de acordo com o relatório financeiro da empresa, divulgado na quinta-feira, 12. O grande responsável pelo prejuízo foi o fechamento dos parques temáticos, que provocou uma perda de 6,9 bilhões em função da interrupção das atividades ou funcionamento com capacidade reduzida, em razão da pandemia. Apesar disso, a companhia conseguiu manter receitas acima do esperado no último trimestre do ano.
Em julho, cerca de quatro meses depois de fechar as portas, a Disney iniciou a reabertura do complexo temático de Orlando, na Flórida, com ingressos limitados e regras de distanciamento. Apesar dos protocolos de segurança, a retomada foi criticada por dar-se em meio a um avanço da doença no estado. Na Ásia e Europa, os parques conseguiram se manter abertos com capacidade reduzida, mas a escalada de casos fez com que os complexos voltassem a fechar as portas eventualmente. Já na Califórnia a situação é mais complicada. Em setembro, a empresa enviou ao governo local um plano de reabertura mas, devido ao aumento das infecções, recebeu um “não” como resposta. Com a recusa, a Disney anunciou a demissão de 28.000 funcionários, e Bob Iger, então CEO, abandonou o comitê econômico do coronavírus no estado. De lá para cá, empresa, funcionários e o governo embrenham-se em uma troca de solicitações com resultados modestos: parte das lojas e a área externa de restaurantes deve reabrir ao fim do mês, mas os parques devem permanecer fechados até 2021, segundo a diretora financeira Christine McCarthy.
Apesar disso, o último trimestre foi melhor do que o esperado. De julho a setembro, a Disney arrecadou 14,7 bilhões de dólares, acima dos 14,1 bilhão projetados anteriormente. “Mesmo com os transtornos causados pela Covid-19, nós conseguimos gerenciar nossos negócios de maneira eficaz e dar passos ousados para direcionar a nossa companhia para um ótimo crescimento a longo prazo”, diz o CEO Bob Chapek no documento. A postura aponta uma expectativa com o Disney+, plataforma de streaming que chega à America Latina na próxima semana e já passou de 70 milhões de assinantes desde que foi lançado nos Estados Unidos, há um ano. Para adaptar-se ao streaming, a empresa anunciou em outubro uma reorganização dos negócios, com um maior foco na produção de conteúdo.