Desde que foi indicado ao Oscar de melhor ator por sua performance em Manchester à Beira-Mar, nesta terça-feira, Casey Affleck vem tendo que lidar não só com os louros de uma carreira em ascensão, mas com as lembranças de um escândalo ocorrido em 2010. Na ocasião, Casey foi acusado pela produtora Amanda White e pela diretora de fotografia Madaglena Groka de assédio verbal e físico durante as filmagens de Eu Ainda Estou Aqui, longa que ele fez ao lado de Joaquim Phoenix.
Segundo Amanda, Casey a agarrou numa tentativa de assustá-la e lhe enviou várias mensagens de texto abusivas depois que ela se negou a passar a noite com ele. Já Magdalena descreveu a experiência de trabalhar com Casey, que também dirigiu o filme, como “a coisa mais traumatizante de sua carreira”. O processo que ambas moveram contra ele foi arquivado depois que as partes chegaram a um acordo, cujo valor não foi revelado.
A história toda veio à tona novamente com a indicação do ator ao Oscar, principalmente através de críticas de internautas nas redes sociais à postura da Academia de fazer vista grossa ao ocorrido. Em seu Twitter, a atriz norte-americana Constance Wu escreveu vários posts detonando a decisão da Academia de “enaltecer homens que assediam sexualmente mulheres”. Sites como Daily Beast, Mic e Mashable também criticaram a indicação do irmão de Ben Affleck.
Em entrevistas recentes, o ator afirmou que não se sente responsável por nada do que aconteceu, explicou que tudo se resolveu de maneira satisfatória para todos e comentou que “as pessoas falam o que querem”. No discurso ao receber o Globo de Ouro de melhor ator por Manchester à Beira-Mar, Casey mencionou as acusações de maneira sutil: “Meus filhos conseguem manter distante todos os ‘ruídos’ que algumas vezes perseguem as pessoas que vivem de forma pública”, disse. Ele é pai de Atticus, de 9 anos, e de Indiana, de 12, fruto de seu relacionamento com Summer Phoenix.
Nas redes sociais, não foram poucas as pessoas que viram um certo mal-estar na expressão da atriz Brie Larson, que entregou o prêmio a Casey, ao tirar seu nome do envelope. Em 2016, ela ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz por O Quarto de Jack, no qual interpretou uma personagem abusada sexualmente por seu sequestrador.