Presidente do júri deste ano, a atriz Cate Blanchett lidou de forma elegante com as muitas questões sobre igualdade de gênero feitas pela imprensa mundial durante coletiva no Festival de Cannes. O evento, que começa nesta terça-feira, 8, e vai até o dia 19, foi alvo de críticas por selecionar apenas três mulheres entre os 21 cineastas que competem pela Palma de Ouro. No passado, regra que continua valendo, o festival já foi criticado por proibir a passagem de mulheres sem salto alto pelo tapete vermelho, um dos mais cobiçados do mundo.
Sobre o tapete ser uma espécie de “vitrine” para as mulheres, Cate defendeu: “Ser bonita não é sinônimo de falta de inteligência. Cannes é um festival glamouroso, que deve ser apreciado em todos os seus aspectos”. A resposta foi abraçada pelas outras mulheres do júri, Ava DuVernay, Khadja Nin, Léa Seydoux e Kristen Stewart.
Ao fato de mulheres serem minoria entre os competidores, a atriz também respondeu com sabedoria. “Esse número já foi menor em outras edições. As mudanças não acontecem do dia para a noite. Se quero ver mais mulheres competindo pela Palma de Ouro? Sim, claro. Mas hoje vamos trabalhar com o que temos e continuar pensando em mudanças para o futuro.”
Para finalizar, ela ressaltou, mais de uma vez, que a escolha do vencedor não será feita a partir de agendas políticas. “Este não é um festival político. Vamos assistir aos filmes sem pensar em nome de diretores, nacionalidade, questão de gênero. Queremos eleger um filme que seja atemporal e universal, e que ao mesmo tempo reflita o nosso hoje.”