Apoteose pós-pandemia: Nova York terá megashow em agosto
Apresentação no Central Park terá shows de oito artistas e espera reunir 60.000 pessoas para marcar reabertura da cidade após vacinação em massa
Com índices de vacinação em alta e os casos de coronavírus em queda-livre, os Estados Unidos retomam aos poucos a vida normal. Para marcar a volta, a prefeitura de Nova York está planejando um megashow no coração da cidade, o Central Park. Segundo o jornal New York Times, o prefeito Bill de Blasio colocou o veterano produtor musical Clive Davis, de 89 anos, à frente da organização do evento, que deve atrair 60 000 pessoas no dia 21 de agosto, com direito a transmissão televisiva.
À publicação, de Blasio disse que o espetáculo faz parte de uma “Semana de boas-vindas” para mostrar que a cidade está de volta à efervescência dos tempos pré-pandemia, além de uma celebração para os residentes e turistas que ficaram distantes da Big Apple durante a crise. “Este show será uma oportunidade única na vida. Vai ser uma escalação incrível. A semana inteira será diferente de tudo que você já viu antes em Nova York,” declarou o prefeito.
Apesar da animação, ainda não há atrações confirmadas, e o produtor se recusou a revelar os nomes que tem em mente. Davis pretende reunir oito figuras “icônicas” para um show de três horas, o que não será difícil se depender do seu currículo: ao longo de cinquenta anos de carreira, ele já trabalhou com nomes como Janis Joplin, Bruce Springsteen, Aretha Franklin, Alicia Keys e Whitney Houston. O prefeito o procurou há algumas semanas para que organizasse um show que, além de celebrar a reabertura nova-iorquina,reforce a necessidade de os jovens se vacinarem.
A prefeitura informou ao New York Times que cerca de 70% dos ingressos irão para pessoas vacinadas, mas haverá setores também para não vacinados. A maioria das entradas será gratuita, com cobrança apenas em setores vips. O canal que fará a transmissão deve ser divulgado em breve, e a prefeitura espera que o evento alcance vários lugares do mundo. Segundo a rede NBC, a cidade de Nova York, que chegou a registrar mais de 1 000 mortes por dia, teve uma redução de 95% no número de infecções desde janeiro, e a maior parte dos estabelecimentos já pode funcionar com capacidade total.
Caso o evento seja transmitido no Brasil, os espectadores assistirão a uma realidade ainda distante no país. Enquanto os Estados Unidos e boa parte da Europa têm vacina sobrando e grandes eventos retomando a normalidade, pouco mais de 23% da população brasileira recebeu a primeira dose, e menos de 11% foram completamente imunizados com as duas doses. A situação é ainda pior em outros locais: na África Subsaariana, por exemplo, menos de 2% das pessoas receberam o imunizante. Para tentar diminuir a desigualdade, ex-líderes políticos fizeram um apelo conjunto ao G7, grupo de nações com as maiores economia do mundo, para que arquem com dois terços dos US$ 66 bilhões estimados pela ONU para a vacinação de países de baixa renda.