Meg (Leslie Mann) é uma médica na faixa dos quarenta anos. Viciada em trabalho, ela não tem a intenção de se casar ou ter filhos, afinal não quer “deformar todo o corpo”, como a própria diz enquanto faz o parto de uma mulher. No filme Como Ser Solteira, que chega ao Brasil nesta quinta-feira, Meg aconselha sua irmã mais nova Alice (Dakota Johnson, de Cinquenta Tons de Cinza) a parar de assistir coisas como Sex and the City e Bridget Jones, produções que no fundo só ensinam mulheres solteiras a procurarem o homem ideal. O comentário é uma piada interna, já que o longa é inspirado no livro de mesmo nome da autora Liz Tuccillo, roteirista da série da HBO que fez sucesso ao mostrar quatro amigas de diferentes personalidades vivendo em Nova York.
As semelhanças aqui entre o filme e a série de Carrie Bradshaw são incontestáveis. E os estereótipos abundantes. A protagonista Alice é a mulher que não sabe ficar sozinha e está sempre em um relacionamento. Ela e o namorado dão um tempo, para ela descobrir quem é. Pouco depois, Alice se arrepende e pede para voltar, mas ele já encontrou outra namorada. A moça então se joga na balada com a melhor amiga Robin (Rebel Wilson), o ápice cômico da produção. A loira, conhecida pelo bom trabalho em filmes como A Escolha Perfeita e Missão Madrinha de Casamento, faz o papel da festeira, que não tem limites na hora da diversão e mantém agitada a vida sexual.
Enquanto isso, Meg se rende ao desejo da maternidade e opta fazer inseminação artificial, pouco depois ela conhece um rapaz que insiste em mudar o status de relacionamento da médica. Em paralelo à história do trio está Lucy (Alison Brie), que busca em sites de namoro a chance de encontrar o cara certo para ela. Segundo suas contas malucas, apesar de viver em uma grande metrópole, achar com o homem ideal é como procurar a tarraxinha do brinco na areia da praia. Ela fica amiga do bartender Tom (Anders Holm), um mulherengo profissional que terá outras funções no filme.
A história se desenrola a partir destes personagens, e outros menores que serão apresentados. O ritmo é bom, o elenco afinado e as piadas isoladas são até melhores que o roteiro como um todo. Porém, nada é revolucionário. Não se compara, por exemplo, ao criativo Missão Madrinha de Casamento, outra comédia feminina que ganhou o apelido de “Se Beber Não Case para mulheres”. Mas é bom saber que os desejos femininos, para além das comédias açucaradas, continuam em pauta em Hollywood.