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Além do caso Boghici: 3 roubos impressionantes de arte no Brasil

De ataque ao MASP a uma família que se tornou vítima recorrente de bandidos, país já teve vários episódios famosos de quadros subtraídos por criminosos

Por Amanda Capuano 11 ago 2022, 11h14

Não há nome mais comentado no mundo da arte esta semana que o de Sabina Boghici, presa na quarta-feira, 10, acusada de dar um golpe de 720 milhões de reais na própria mãe, uma idosa de 82 anos. Herdeira de uma das maiores coleções de arte do país, a mulher teria subtraído mais de quinze quadros de artistas consagrados e vendido sem o aval da mãe, que chegou a ser mantida em cárcere privado. Entre as obras estavam quadros icônicos do modernismo brasileiro, como Sol Poente, de Tarsila do Amaral, encontrado embrulhado em plástico bolha debaixo de uma cama durante uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O caso ainda envolve uma vidente que teria convencido a idosa a pagar por um tratamento espiritual falso para a filha, dando contornos quase cinematográficos à história. Esse, no entanto, não é o único escândalo do universo artístico brasileiro que impressiona pela dimensão. Conheça a seguir outros casos famosos:

Furto ao Masp

No dia 20 de dezembro de 2007, três homens usaram um macaco hidráulico para arrombar uma das portas do Masp e invadir o museu no início da manhã, por volta das 5h, durante a troca de turno dos vigias. Sem seguranças por perto, chegaram ao segundo andar do prédio, e retiraram da parede os quadros Retrato de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso, e O Lavrador de Café, de Cândido Portinari, estimados em mais de R$ 170 milhões somados. Saíram de lá com as obras debaixo do braço, e fugiram de carro. A polícia recuperou as peças dois meses depois, em uma casa em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.

As obras
As obras “Retrato de Suzanne Bloch”, de 1904, de Pablo Picasso, e “O Lavrador de Café”, de 1939, de Cândido Portinari, de volta ao Masp em janeiro de 2008. As obras foram roubadas em dezembro de 2007 (Nelson Antoine/Reuters/VEJA)

Ladrão em série

Mais que o roubo de uma obra específica, uma pessoa se destacou no cenário criminal artístico nacional. Laéssio Oliveira ficou conhecido em 1998 quando retirou da Biblioteca Nacional de São Paulo catorze revistas e jornais antigos, com valor calculado em 750 000 dólares. Ao longo de mais de duas décadas, ele furtou obras, revistas, livros, documentos e pinturas de instituições como Biblioteca Nacional, Biblioteca Mário de Andrade, Palácio do Itamaraty, Fundação Oswaldo Cruz, Universidade de São Paulo (USP) e Museu Nacional, entre outros. Em 2018, o Itaú Cultural devolveu quatro peças roubadas da Biblioteca Nacional em 2004 que acabaram adquiridas por seu acervo: a litografia Rio de Janeiro Pitoresco (1842-1845), de Buvelot e Moreau, e três desenhos de Keller-Leuzinger que retratam a Amazônia, feitos entre 1865 e 1868 – todos roubados por Laéssio e revendidos à instituição.

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Obra Rio de Janeiro Pitoresco, de Abraham-Louis Buvelot (Google Arts and Culture/Reprodução)
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Família Lafer: um alvo recorrente

Em setembro de 2001, quatro homens invadiram a casa do empresário Jacob Lafer e roubaram quinze obras estimadas em 10 milhões de reais. O grupo rendeu o porteiro e os seguranças, e obrigou Mildred Lafer, esposa do proprietário, a abrir o cofre da família. Entre as obras roubadas estavam peças de Di Cavalcanti, Portinari, Tarsila do Amaral e Volpi, levadas no carro da própria família, também roubado na ação. Três anos depois, outro membro da família foi vítima dos bandidos: em 2004, ladrões invadiram a casa de Graziela Lafer e levaram obras estimadas em 20 milhões de reais, incluindo trabalhos de Cândido Portinari e Di Cavalcanti.

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Quadro Mulher Deitada, de Di Cavalcanti, uma das obras subtraídas no roubo à família Lafer (Galeria Abaporu/Reprodução)

 

 

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