Lançado recentemente nos Estados Unidos, o livro I’m Glad My Mom Died (Estou feliz que minha mãe morreu, em português) revela a história chocante da ex-atriz Jennette McCurdy, conhecida pela sitcom adolescente iCarly. Jennette narra a convivência infeliz com a mãe controladora e abusiva, que a obrigou a seguir uma carreira que nem queria. Como resultado dos anos de pressão, a garota desenvolveu transtornos alimentares como anorexia e bulimia, além de ansiedade e vício em álcool. A história de Jennette com a mãe, infelizmente, não é uma exceção no mundo do entretenimento. Confira outros exemplos de mães do showbiz com condutas problemáticas:
Ariel Winter, de Modern Family
Na Hollywood atual, a história de Ariel Winter é talvez a que mais se assemelha com a de Jennette. Conhecida pela sitcom Modern Family, Ariel chegou a levar a mãe, Crystal Workman, aos tribunais. As primeiras acusações de abuso emocional e físico foram feitas em 2012 e, após uma longa batalha judicial, a atriz se emancipou da mãe em 2015, aos 17 anos. Ariel, que hoje tem 24 anos, iniciou na carreira de atriz por conta do sonho da mãe — cujo controle com a filha incluía restrição alimentar, negligencia educacional e menosprezo de sua aparência, enquanto encorajava que usasse roupas reveladoras e ficasse acordada até tarde fazendo networking em eventos. Crystal ainda proibia Ariel de fazer amizade com outras meninas, vistas como competição.
Drew Barrymore, emancipação aos 14 anos
Outro caso famoso de emancipação é o de Drew Barrymore, que se libertou legalmente dos pais aos 14 anos. Enquanto seu pai, John Barrymore, foi uma figura ausente, sua mãe, Jaid, a transformou em atriz mirim. Na época, Jaid deixava de levar a filha para a escola — em vez disso, a apresentava para a vida noturna de Nova York em festas hollywoodianas regadas a álcool e drogas. Além disso, conforme a atriz ia construindo sua fortuna, a mãe gastava. Em seus livros de memórias, Little Girl Lost (1991) e Wildflower (2015), Drew conta como desenvolveu alcoolismo e vício em drogas antes dos 13 anos, idade em que foi colocada em uma instituição psiquiátrica para se reabilitar. A estrela já chegou a descrever que foi criada “mais como uma melhor amiga do que uma criança” e diz que, hoje, tem uma boa relação com a mãe, apesar de manterem certa distância.
Brooke Shields, a modelo e atriz sexualizada na infância pela mãe
Atriz e modelo desde muito nova, Brooke Shields teve a infância trocada pelos holofotes: seu primeiro trabalho foi em um comercial, aos 11 meses de vida. As ambições da mãe, Teri, que atuava como sua empresária, levaram à alta exposição da filha. O polêmico A Lagoa Azul (1980) foi um dos maiores papéis de Brooke — mas, antes disso, Teri havia permitido que a filha posasse nua para a Playboy aos dez anos de idade e, pouco depois, que interpretasse uma prostituta infantil no filme Pretty Baby – Menina Bonita (1978). Assim como Jennette, depois da morte da matriarca, em 2012, Brooke lançou um livro de memórias intitulado There Was a Little Girl: The Real Story of My Mother and Me, em que narra a luta da mãe com o alcoolismo e a relação de codependência entre as duas.
Judy Garland, a estrela trágica de O Mágico de Oz
A relação de Judy Garland (1922-1969) com a mãe, Ethel, mostra que não é de hoje que as stage mothers (“mães de bastidor”) controlam as filhas de forma desproporcional. Judy foi um dos maiores nomes da era de ouro de Hollywood, conhecida por musicais como O Mágico de Oz (1939), no qual atuou ainda adolescente. Enquanto sua vida de estrela mirim parecia fabulosa, em casa lidava com conflitos familiares entre os pais, que passaram por inúmeras separações. Sua mãe a pressionava a atuar e chegou a colocá-la em uma dieta, além de dar pílulas de anfetamina para a filha — remédios para energia e para dormir — antes dos 10 anos. Por conta do tratamento maldoso que recebia, dizem que Judy apelidou a mãe de “a verdadeira Bruxa Má do Oeste”. Como resultado, a atriz chegou aos 30 lutando contra o vício em álcool e outras substâncias.