A Som Livre, principal gravadora de origem brasileira, completa 50 anos nesta terça-feira 12. O braço fonográfico da Globo foi importante para a produção local, lançando discos de artistas como Novos Baianos, Rita Lee e Emilio Santiago. Mais recentemente, voltou-se para o sertanejo moderno e a descoberta de novos artistas, como Maria Gadú. O carro-chefe da Som Livre, contudo, foram as trilhas sonoras criadas para embalar as novelas da Globo. Elas são o termômetro do sucesso e um retrato dos costumes e dos estilos musicais consumidos pelos brasileiros ao longo das últimas décadas – da MPB tradicional ao rock, passando por ritmos mais populares, como sertanejo e axé. Confira as dez trilhas sonoras mais simbólicas dos 50 anos da companhia:
GABRIELA (1975)
É uma das trilhas mais perfeitas da história da teledramaturgia. São doze temas originais, compostos especialmente para a trama. Marcam presença nela os então novatos Djavan e Fafá de Belém. Já o veterano Dorival Caymmi criou Modinha para Gabriela, cantada por Gal Costa.
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SARAMANDAIA (1976)
Baseada no realismo fantástico, a novela consagrou Pavão Mysteriozo, composição do cearense Ednardo. Outro destaque foi Canção da Meia Noite, tema macabro do grupo Almôndegas, e Sou o Estopim, interpretada por Sônia Braga.
PECADO CAPITAL (1976)
Guto Graça Mello, então responsável pela escolha dos temas das novelas, lembra-se de quando viu Paulinho da Viola criando o tema principal da trama na sua frente. Pecado Capital foi feita a toque de caixa para suprir a lacuna deixada por Roque Santeiro, de Dias Gomes – cuja primeira versão foi vetada pela ditadura militar.
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ESTÚPIDO CUPIDO (1977)
Foi uma das primeiras trilhas a vender mais de 1 milhão de cópias. Ambientada na década de 1950, a novela trazia veteranos da primeira geração do rock, como Celly Campelo (a faixa-título), ao lado de astros da bossa nova como Os Cariocas e Sylvia Telles.
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DANCIN’ DAYS (1978)
A novela foi lançada para aproveitar a onda das discotecas. A trilha, apesar de trazer temas dançantes (por exemplo a faixa-título, cantada pelas Frenéticas) tinha samba-canção (Dick Farney e sua Copabacana) e astros como Guilherme Arantes e Jorge Ben.
SOL DE VERÃO (1982)
Embora o tema principal seja Tô que Tô, canção da dupla Kleiton & Kledir interpretada por Simone, a trilha centra fogo no rock nacional, que estava despontando àquela altura dos anos 80. Rádio Táxi, Blitz e Lulu Santos estão entre os artistas que deram sabor à trama.
ROQUE SANTEIRO (1985)
Fez tanto sucesso que pela primeira vez a Som Livre abriu mão de produzir um álbum com temas internacionais – em vez disso, fez um segundo de músicas nacionais. Há temas eternos, como De Volta para o Aconchego, cantada por Elba Ramalho, e Dona, de Sá & Guarabyra na versão do Roupa Nova.
TIETA (1989)
Adotou-se o mesmo recurso de Roque Santeiro: duas trilhas com temas nacionais. Há um sucesso de Carlinhos Brown (Meia-Lua Inteira, cantada por Caetano Veloso), e mostra a ascensão do sertanejo com Chitãozinho & Xororó e Roberta Miranda.
LAÇOS DE FAMÍLIA (2000)
Foi o primeiro caso em que um tema salvou um personagem. Camila, vivida por Carolina Dieckmann, era odiada pelos espectadores – até o dia em que tosou os cabelos para se tratar de câncer ao som de Love By Grace, de Lara Fabian.
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AVENIDA BRASIL (2012)
O maior sucesso da história recente das trilhas de novelas. Uma boa combinação de MPB sofisticada com temas populares. Assim Você Mata o Papai, do grupo de pagode Sorriso Maroto, caiu como uma luva no personagem Leleco, de Marcos Caruso. E, claro, seu tema de abertura disseminou o hit Vem Dançar com Tudo – aquela do grudento refrão “oi-oi-oi”.
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