Pela primeira vez nos últimos dez anos, a Universidade de São Paulo (USP) ficou entre as 100 melhores instituições de ensino superior do mundo. De acordo com o ranking Top Universities, a USP subiu 30 posições em comparação com o ano anterior, ocupando agora o 85º lugar. “Nossos pontos fortes foram a reputação acadêmica, a excelência das nossas pesquisas, o alto conceito que temos entre os empregadores e o impacto social do trabalho das pessoas que formamos”, disse ao Jornal da USP o reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
A nova colocação posiciona a paulista como a melhor universidade da América Latina. Até o ano passado, esse título era da Universidade de Buenos Aires, que também foi ultrapassada pela Universidade Nacional Autônoma do México, atual 93ª.
As três melhores colocações na América Latina
- Universidade de São Paulo; 85º
- Universidade Nacional Autônoma do México; 93º
- Universidade de Buenos Aires; 95º
A segunda brasileira que aparece no ranking é a Universidade de Campinas (Unicamp), que figura na 220ª colocação, uma queda de dez posições em relação ao ano anterior. Apesar de também caírem de posição em relação ao último ranking, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) continuam entre as Top 500.
As dez melhores colocações no Brasil
- Universidade de São Paulo; 85º
- Universidade Estadual de Campinas; 220º
- Universidade Federal do Rio de Janeiro; 371º
- Universidade Estadual de São Paulo; 419º
- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; 595º
- Universidade Federal de Minas Gerais; 691-700
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 691-700
- Universidade Federal de São Paulo; 731-740
- Universidade de Brasília; 801-850
- Universidade Federal de Santa Catarina; 801-850
As mudanças refletem uma melhora nos índices em relação aos anos anteriores, mas também são resultado de uma alteração na metodologia. Já faziam parte do ranking os indicadores de reputação acadêmica e entre empregadores, quantidade de alunos, número de citações, estudantes internacionalizados e estudantes estrangeiros. Neste ano também foram consideradas cooperação internacional, empregabilidade e sustentabilidade.
De acordo com os organizadores, o objetivo dessa mudança é incorporar valores considerados pelas gerações que estão entrando agora nas universidades. Os melhores indicadores da USP foram reputação acadêmica e empregabilidade, em que a instituição ocupou as 41ª e 36ª posições, respectivamente. O pior deles foi a taxa de citações, índice que reflete o quão influente é a ciência desenvolvida, com a 434ª colocação.
“O desempenho do Brasil nesta edição do ranking deve ser recebido como um alívio bem-vindo após sua trajetória descendente nos últimos anos”, afirma Ben Sowter, vice-presidente da QS Quacquarelli Symonds, organização responsável pelo levantamento. “No entanto, o país enfrenta grandes desafios para se promover como um destino atraente de estudo e ensino para talentos estrangeiros, um desafio que reflete as dificuldades domésticas em toda a América Latina em relação ao acesso e à equidade.”
O topo do ranking continua sendo ocupado por universidades historicamente influentes, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts e as universidades de Cambridge, Oxford, Harvard e Stanford. A Austrália foi o país mais beneficiado pela mudança e, agora, conta com três de suas universidades entre as 20 mais conceituadas do mundo.