Dúvida até os últimos dias, quatro brasileiras são confirmadas para o desfile da Victoria’s Secret, que acontece nesta terça-feira, 15, em Nova York: as angels Alessandra Ambrosio e Adriana Lima, além da top models Isabeli Fontana e Valentina Sampaio, a primeira modelo trans a riscar a passarela da badalada marca de lingerie.
Para anunciar o retorno após um intervalo de seis anos, Adriana Lima gravou um vídeo em que pega um táxi para o local do desfile e, quando questionada sobre seu destino, ela responde: “Casa. Vou para casa”. Logo depois, ela aparece com Alessandra, em outro vídeo, em que dizem “vejo vocês na passarela”.
Neste momento, as brasileiras e modelos internacionais como Candice Swanepoel, Gigi Hadid, Tyra Banks, Mia Armstrong, Irina Shayk, Behati Prinsloo e outras, já estão nos camarins para a tradicional – e longa – preparação para a passarela, que terá shows de Cher, Tyla e Lisa, do Blackpink.
Laís Ribeiro não estará no desfile porque está gravida. E Gisele Bündchen, que, segundo rumores, poderia aparecer de última hora, nem sinal.
Polêmicas
Muito aguardada, a apresentação marca o retorno da grife após uma série de polêmicas. Entre 1995 e 2018, o desfile da Victoria Secret’s era um fenômeno pop, assistido por milhares de pessoas ao redor do mundo, que aguardavam ansiosamente pela aparição das maiores top models do mundo de lingerie, fora as famosas Angels (Adriana Lima, Alessandra Ambrosio e Laís Ribeiro, que ostentavam asas e sutiãs de valores milionários, como o “Fantasy Bra”, o último, feito com 2.100 cristais Swarovski e usado pela sueca Helsa Hosk, valia 1 milhão de dólares.
Diferente dos desfiles tradicionais, o fashion show da VS também era conhecido por permitir que as modelos interagissem com o público, se expressando por meio de caras e bocas, e pelos shows ao vivo, realizados na própria passarela, por nomes como Justin Timberlake, Lady Gaga, Jay-Z e Kanye West.
Em 2018, no entanto, a audiência do VSFW começou a despencar justamente por exibir apenas mulheres de padrão estético inatingível e com forte apelo sexual – crítica que se estendeu a marca como um todo, já que, além de não promover a inclusão nas passarelas, tampouco se adequava aos novos tempos e às questões relacionadas à diversidade em seus produtos.
E sem contar ainda as várias polêmicas em que a Victoria’s Secret se envolveu, principalmente quando um ex-executivo da grife falou de modelos trans de forma pejorativa e pela exibição de um documentário que revelou ligações da marca com o financista Jeffrey Epstein, acusado de abuso sexual e tráfico de menores.
No ano passado, a grife ensaiou seu retorno com o lançamento do documentário The Tour ’23, no Prime Video, em que apresentava modelos de variados corpos, aparências e estilos, inclusive a top trans brasileira Valentina Sampaio. Mesmo assim foi alvo de críticas pela demora em assumir as mudanças e se adequar à diversidade.