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Como pequenos produtores da França elaboram Champagne de forma artesanal

Espumante mais celebrado do mundo, Champagne é produzido por grandes Maisons, mas também por pequenos viticultores que fazem um trabalho autoral

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 dez 2024, 14h23 - Publicado em 5 dez 2024, 14h20

Há quem diga que produzir Champagne em pequena escala é uma tarefa reservada apenas aos produtores mais idealistas. A tradicional região francesa onde são feitos os espumantes mais celebrados do planeta está entre as mais caras para quem deseja comprar alguns hectares. O mercado é dominado por grandes Maisons, como Krug e Veuve Clicquot, responsáveis por rótulos com décadas (ou séculos) de tradição. Eles detém muitas terras, mas também compram as uvas de produtores que se dedicam apenas ao cultivo – e são muito bem remunerados por isso. Mas há aqueles que insistem em colocar no mercado grandes champagnes com sua própria assinatura.

É o caso de Françoise Bedel. A francesa cuida de uma propriedade de oito hectares totalmente cultivada de forma biodinâmica, método que vai além do orgânico e leva em conta a relação da natureza com o cosmos e os seres humanos desde 1979. Trata-se de uma forma mais holística de olhar para o cultivo. “Eu trabalho com a planta, com o solo e com o universo”, afirma Bedel, que veio ao Brasil para promover seus rótulos. Ela diz que não se considera uma artista do minho. “Ele só me diz o que precisa. E eu escuto.” A propriedade tem certificação desde 1998 e seus vinhedos têm entre 30 e 60 anos.

Rótulos de Françoise Bedel
Rótulos de Françoise Bedel (Françoise Bedel/Divulgação)

Uma das marcas de seu trabalho é o uso da variedade Meunier (antes conhecida como Pinot Meunier), uma das principais castas usadas na elaboração de Champagne, mas bem menos popular que Pinot Noir e Chardonnay. A Meunier se adaptou muito bem à região de Vallée de la Marne, onde produz uvas com acidez alta e boa concentração de açúcares, o que a torna parte fundamental dos blends. Nessa região, em especial, a Meunier ganha destaque e em várias ocasiões é a parte principal do corte (como é chamada a mistura de variedades).

Hoje, Françoise Bedel tem um portfólio com seis rótulos, sendo três deles safrados, ou seja, com a indicação do ano da colheita. Dis, Vin Secret, por exemplo, o mais acessível entre aqueles disponíveis por aqui, leva 75% de Meunier, 20% de Pinot Noir e apenas 5% de Chardonnay e é caracterizado pela acidez muito alta e pelas notas florais, de rosas, e frutadas, de pêssego e caramelo. O mais caro, Comme Autrefois, é safrado, e o rótulo disponível, de 2006, mostra evolução e complexidade.

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Como grande defensora do método biodinâmico, Bedel afirma que os vinhos elaborados dessa forma “têm outra energia”, diz. “Quando degusto uma barrica e sinto algo especial, fico arrepiada. Até marco aquela barrica com um coração”, conta. Segundo a produtora, seu objetivo é fazer sempre o vinho do ano, que expresse o resultado daquela colheita. Por isso, cada prova de seus espumantes é diferente – algo diferente das grandes Maisons, que mantém bibliotecas de vinhos antigos para elaborar o blend a cada ano mantendo o mesmo perfil de aromas e sabores independente da safra.

Os vinhos de Françoise Bedel et Fils são importados pela Anima Vinum e custam entre R$ 794 e R$ 1500.

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