Realizado entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, o festival de Woodstock foi o apogeu da chamada “geração paz e amor”. Cerca de 450 000 pessoas – nove vezes mais do que o público esperado pelos organizadores – se concentraram nos arredores de Bethel, cidade do estado de Nova York, para protestar contra a Guerra do Vietnã, consumir aditivos e pedir um mundo melhor enquanto acompanhavam os shows históricos de artistas como Santana, Jimi Hendrix, Joe Cocker e de grupos como Sly & the Family Stone e Crosby, Stills & Nash. O evento que eternizou o espírito do flower power está registrado no documentário Woodstock, do cineasta Michael Wadleigh. Lançado originalmente em 1970, o filme será exibido no canal pago BIS no domingo 18, às 19:30, e na madrugada de segunda-feira 19, às 2h. Também ganhará sessões especiais no Instituto Moreira Salles de São Paulo e do Rio. Os cariocas poderão acompanhar a produção no domingo 18, às 16h15, e os paulistas terão duas oportunidades para assistir à comunhão hippie: no mesmo domingo 18, às 16h, e no dia 29 de agosto, às 20h. Os ingressos custam de 4 a 8 reais e podem ser adquiridos através do site www.ingresso.com
Woodstock, o filme, tem cenas antológicas: o air guitar de Joe Cocker quando canta With a Little Help from My Friend, dos Beatles; a pajelança de Carlos Santana em Soul Sacrifice; o casamento das vozes de David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash, naquele que é considerado o primeiro supergrupo da história do rock; o funk de alta eletricidade de Sly & the Family Stone; e a inigualável participação de Jimi Hendrix – que, ao tocar o hino americano na guitarra, encheu a versão de efeitos que aludiam aos horrores da Guerra do Vietnã. A produção, contudo, não se limitou a registar as melhores apresentações do festival. Há cenas do dia-a-dia do público e de suas desventuras no mar de lama que se formou na propriedade – resultado das chuvas que castigaram a cidade durante toda a programação. Moradores aparecem ora constrangidos, ora satisfeitos com a presença de jovens cabeludos na cidade. Muitos malucos-beleza não faziam ideia do que estavam fazendo ali ou de como iriam voltar para casa. É o melhor retrato de uma geração e um prenúncio do fim da inocência dos anos 60, que posteriormente seria abalada por uma grande tragédia: o festival de Altamont, organizado pelos Rolling Stones (que foram desconsiderados para tocar em Woodstock) apenas quatro meses depois, em dezembro de 1969, e que resultou em tumultos, espancamentos e no assassinato de um jovem pelos Hell’s Angels, gangue de motoqueiros que faziam a segurança dos shows.