(Universal) O quarteto irlandês chegou à categoria de dinossauro do rock em boa medida graças a dois atributos. Um deles é o rock rasgado, em geral sob o comando da guitarra de The Edge — cujos riffs se assemelham a um chamado de batalha. O outro é a grandiloquência: mesmo nos discos de estúdio, dá para imaginar o vocalista Bono conduzindo um coral de milhares de pessoas num estádio. Essas qualidades aparecem com folga em Songs of Experience, o melhor disco do U2 em treze anos. Canções como Lights of Home, American Soul e Red Flag Day — nas duas últimas, destaca-se também o baixo de Adam Clayton — são rocks vigorosos, nos quais se nota a influência do som alternativo americano. Landlady e Love Is Bigger Than Anything in Its Way têm refrões fortes e são carregadas de devoção. Como recheio, o novo trabalho do U2 tem faixas de alta combustão, como The Blackout (uma punk dançante, na qual mais uma vez Clayton se destaca), a balada Summer of Love e The Showman, cuja levada lembra muito Sweet Jane, do histórico grupo americano The Velvet Underground.