Diante de quadros do americano de origem letã Mark Rothko (1903-1970), a narradora de um dos onze contos desta coletânea crava: “Não são obras de arte, são outra coisa: a sarça ardente bíblica”. A sensação de “fogo no estômago” causada pelo expressionista abstrato lhe vem à mente quando aguarda a sua vez num consultório médico. As conexões entre as banalidades da vida e a pintura pautam a autora argentina, que é crítica de arte. Indo da autobiografia ao ensaio, María explora paralelos entre a maternidade e a finitude humana e a obra de artistas como o argentino Cándido López (1840-1902) e o francês Toulouse-Lautrec (1864-1901).