Nos anos 50, a casa de Lygia Clark (1920-1988) no Rio era ponto de encontro de artistas. Entre eles Ferreira Gullar. Certo dia, diante de uma obra criada por ela, levantou-se a questão: o que é isso? Não era uma escultura, nem uma pintura, nem um relevo. Gullar então cravou: “É o não objeto”. Nascia ali o manifesto neoconcretista, que teve Lygia como expoente — ela viria a se autointitular de “não artista”. Após um período em Paris, na década de 60, tornou-se adepta da arte interativa e performática. Chegou ao extremo de fundir psicanálise e arte em uma espécie de terapia. A mostra da Pinakotheke que celebra o centenário da artista — evento adiado pela pandemia — revisita cada fase, trazendo objetos inéditos. A entrada é gratuita e feita via agendamento on-line.