Eram os anos 1970, e o feminismo vivia uma onda forte como a atual. Em busca de equidade salarial, já que os prêmios entregues às mulheres eram até oito vezes menores que os distribuídos aos homens, embora ambos vendessem bem ingressos para as suas partidas, a americana Billie Jean King rompeu com a liga de tênis americana e criou a WTA, ou Women Tennis Association, com torneios e premiações próprias. Ela tinha força para isso: Billie Jean King, que se aposentaria com 39 títulos de Grand Slam no currículo, já era uma campeã. Não à toa, o fanfarrão Bobby Riggs, entediado com a vida longe das quadras e o dia a dia do escritório, na altura dos seus cinquenta anos, a desafiou para um duelo que, trombeteou na imprensa com bravatas, piadas chulas e provocações, mostraria que o lugar da mulher é na cozinha – no entanto, como entrega A Guerra dos Sexos, filme de Jonathan Dayton, Valerie Faris, Riggs era sustentado pela amável esposa. É este o enredo do longa, em cartaz agora no país. O final da história, real, já é conhecido. Nem por isso o filme deixa de empolgar. Quem ao menos simpatize com a causa do feminismo – que não pretende dizer que a mulher é melhor do que o homem, mas exigir respeito, como explica Billie Jean King a um jornalista em uma cena – vibra lance a lance, na histórica partida em que o machismo tremeu nas bases. O longa, que conta também a descoberta da sexualidade pela tenista, hoje um ícone feminista e LGBT, pode render mais um Oscar a Emma Stone, excelente no papel. Steve Carrel, como o chauvinista Riggs, também está ótimo.