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A comédia sombria da Netflix que vale a maratona no fim de semana

‘The End of the F***ing World’ tem um casal estranhamente carismático como protagonista

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jan 2018, 06h00 - Publicado em 6 jan 2018, 06h00
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  • James (Alex Lawther) acha que é um psicopata. Afinal, ele sempre gostou do ato de matar – desde a infância passa o tempo acabando com a vida de animais como gatos e ratos –, é frio, pensa não ter sentimentos e odeia o próprio pai. Alyssa (Jessica Barden) é uma confusão de sentimentos – de raiva do padrasto, de ressentimento da mãe –, ideias maldosas – roubar um carro, invadir uma casa – e hormônios em meio à adolescência. Juntos, formam o estranho e desajustado casal protagonista de The End of the F***ing World, a comédia de humor negro que estreou na Netflix na última sexta-feira.

    James começa a série cansado da rotina de matar pequenos animais. Ele quer mais, algo maior, mais desafiador. Quando vê Alyssa na escola, não tem dúvida: ela será sua primeira vítima humana. A garota, por outro lado, não só não desconfia do plano do outro como facilita seu trabalho, aproximando-se dele aleatoriamente na lanchonete do colégio. Ela odeia grupos e pessoas populares, prefere os esquisitões, que andam sozinhos por aí, justamente o caso de James.

    O menino mantém a jovem por perto porque quer matá-la. Já ela fica por motivos aparentemente mais corriqueiros: sente que pode se apaixonar verdadeiramente por ele. Juntos, eles roubam um carro, assaltam estranhos e invadem casas na tentativa de escapar de sua realidade monótona e dos problemas de suas famílias. Fazem tudo o que há de mais desagradável – ela, desbocada, errática, e ele, indiferente, quase robótico. Ainda assim, conseguem formar uma dupla carismática, que atrai a compaixão do espectador à medida em que revela ser formada por duas pessoas perdidas, com passados por vezes traumáticos.

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    A produção, adaptada de uma história em quadrinhos, não é o ápice da originalidade da TV – se apoia em alguns clichês e pode ser previsível –, além de ser um pouco violenta. Mas vale principalmente pelo charme desajustado de seus protagonistas, defendidos por dois atores jovens, mas muito promissores. Jessica Barden tem no currículo filmes como Hanna (2011) e O Lagosta (2015), enquanto Alex Lawther é mais lembrado pelo papel do jovem Alan Turing em O Jogo da Imitação (2014) e pelo episódio Manda Quem Pode, da terceira temporada de Black Mirror.

    São oito episódios curtos (de no máximo 22 minutos) de humor sombrio e embalados por uma ótima trilha sonora com muitas canções das décadas de 1950 e 1960 – em sua maioria, baladas românticas, ironicamente. É uma série com mais qualidades que defeitos e difícil de largar no meio.

    https://www.youtube.com/watch?v=ALiYLgpYfeg

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