Mais de 12 milhões de brasileiros são usuários da plataforma canadense de encontros extraconjungais Ashley Madison — e outros 35 000 se juntam à farra semanalmente, recorde mundial na pandemia. O diretor Paul Keable conta por que o país se destaca.
De onde veio a ideia de um serviço que estimula a traição? Sejamos sinceros: ter um caso fora do casamento é algo que está aí há milhares de anos. O aplicativo surgiu para evitar que a traição separe famílias. As pessoas adoram o companheirismo do parceiro, mas sentem falta de algo mais no sexo.
Por que a procura cresceu? Ter um caso na pandemia tornou-se uma distração bem-vinda, pois dá ânimo às pessoas. Muitos falam que, antes de ter um caso, se sentiam com baixa autoestima. Depois, a saúde e a aparência melhoraram, e até a vida sexual no casamento.
O que leva o brasileiro a pular a cerca? O stress. Já havia um grande nível de stress no Brasil e piorou na pandemia, pois as pessoas passam tempo demais com o parceiro. É preciso uma válvula de escape.
Publicado em VEJA de 11 de novembro de 2020, edição nº 2712