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Testemunhas culpam dependência química e transtornos de Johnny Depp

Segundo médico e enfermeira que trataram o ator, ele era agressivo e tinha medo de deixar de usar drogas na época em que era casado com a ex, Amber Heard

Por Jana Sampaio Atualizado em 22 abr 2022, 10h12 - Publicado em 19 abr 2022, 09h30
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  • Desde a semana passada, quando teve início o julgamento de Johnny Depp, 58, e Amber Heard, 35, o ex-casal não sai do noticiário. Os ex-atores, que ficaram casados por pouco mais de um ano, entre 2015 e 2017, assistem agora sua intimidade ser dividida com milhares de pessoas que acompanham o andamento do mútuo processo por difamação na TV ou no noticiário. Na segunda, 18, o júri teve acesso à imagens e depoimentos inéditos sobre a relação conturbada de Depp e Amber, a rotina de brigas e agressões físicas e o histórico médico do astro da franquia Piratas no Caribe.

    Conhecido por atender celebridades viciadas em drogas, o médico David Kipper, contrato por Depp em 2014, afirmou em seu depoimento por vídeo que o ator foi diagnosticado com transtorno de déficit de atenção, hiperatividade, bipolaridade, insônia, transtorno crônico de abuso de substâncias. Sobre a atriz, Kipper ponderou que ela tem um “forte histórico familiar de drogas” e que se mostrou sensível às atitudes do ex-marido.

    Vieram à tona também trechos de mensagens trocadas entre Depp e Kipper. “Ela é ambiciosa pra c***. Ela está desesperada por sucesso e fama, deve ser por isso que fui escolhido. Ela me quis pelo velho triste que sou. Estou muito chateado”, escreveu Depp.

    Outra testemunha foi Debbie Llyoyd, enfermeira pessoal do ator. No tribunal, Debbie leu algumas de suas anotações sobre o tratamento de Depp em 2014. “O paciente tem medo de sair do vício e de nunca se sentir normal se descontinuar o uso de drogas. Ele expressou trauma emocional que lhe causa depressão e ansiedade, mas reconhece que precisa deixar os entorpecentes para trás”.

    Em seu depoimento, a profissional de saúde lembrou de ter encontrado o ator com as mãos ensanguentadas por ter dado um soco na parede após brigar com a então esposa. “Preciso de ajuda. Não sei o que é real e o que é ciúme paranoico”, disse Depp em uma de suas mensagens à enfermeira. Debbie declarou ainda que Depp sabia que seu vício em drogas era o real motivo das brigas com Amber.

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    Segurança de Depp, Sean Bett, prestou depoimento e afirmou ter tirado fotos do ator com o rosto machucado para provar as agressões de Amber em seu patrão. Segundo Bett, o primeiro ataque físico da atriz no ex-marido foi em 2015 e atingiu a maçã do rosto e as pálpebras de Depp. O suposto segundo abuso teria sido menos violento, provocando apenas arranhões no nariz e nas bochechas do ator.

    “Eles passaram de um casal amoroso, quase tonto como aqueles de escola, para se tornarem o tipo de casal que discute o tempo todo”, disse Bett, que alegou tê-los alertado. “Uma vez, enquanto levava Amber para casa depois de uma briga com Depp, disse a ela: ‘Isso não pode continuar, vocês vão se matar ou vão para a cadeia’”.

    Pouco mais de três anos depois de se casar com Depp, em Los Angeles, Amber publicou um artigo no jornal Washington Post pedindo apoio às mulheres que sofrem violência doméstica. “Dois anos atrás, tornei-me uma figura pública representando o abuso doméstico e senti toda a força da ira de nossa cultura pelas mulheres que se manifestam”.

    No ano seguinte, apesar de não ter sido citado, Depp entrou com um processo de difamação de 50 milhões de dólares afirmando ter sido implicado como autor das agressões e que isso resultou em sua demissão da franquia Piratas do Caribe. Em 2020, Amber o contra-atacou e pediu o dobrou, 100 milhões de dólares.

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