O Grupo Semente e Teresa Cristina, 55 anos, lideraram um movimento que foi destaque para o samba no Rio, com um novo olhar sobre a Lapa, berço do ritmo no centro da cidade. Agora, eles se reencontram para celebrar seus 25 anos de carreira no Circo Voador, no dia 11 de novembro. “Olhando para trás, pensando nesses anos de carreira, percebo evolução no meu trato com o público, com o meu próprio ofício. Sinto mais prazer em cantar, em olhar as pessoas, me divertir no palco. A Lapa é um reduto do samba e o samba, por ser uma força ancestral, tem momentos de altos e baixos. E a Lapa vive isso”, analisa Teresa à coluna.
A cantora, nascida em Bonsucesso e criada na Vila da Penha, fez parcerias com grandes nomes da música ao longo de sua trajetória, como Caetano Veloso e Paulinho da Viola. “Meu trabalho só eu faço. O que entrego ao público, ao samba, só eu faço. Cada artista é assim. Tenho que continuar trabalhando, produzindo, mesmo que em algum momento não estejam falando do meu trabalho”. Já idealizando projetos futuros, a artista pretende lançar, “para ontem”, o primeiro disco todo autoral e fazer um show com composições de Zeca Pagodinho. E apesar das afinidades com a ministra da Cultura Margareth Menezes, desconsidera caminhar para a política. Foge até das acirradas disputas de sambas-enredos, que esquentam as quadras de escolas de samba nesta época do ano. “Não tenho a mínima vontade de participar. Eu acho que criar uma música e ela entrar num concurso, alguém julgar, dizer se é boa ou se não… Eu não conseguiria passar por isso, não sei se sobrevivo”, brinca.