Tão logo perdeu o cargo por causa do comercial que desagradou a Jair Bolsonaro, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Delano Valentim (de Andrade) sumiu do mapa. Na volta das férias, deixará o emprego em silêncio e com uma bolada graças ao programa de desligamento de executivos da estatal. Já o homônimo Delano Valentim (da Silva), de 41 anos, foi localizado no universo virtual — e espinafrado por bolsonaristas. Valentim, criado na Penha, no Rio, é um cronista do subúrbio, que retrata em raps, no romance Todo Mundo É Jhow! e no documentário Hoje É Dia de Baile. De Portugal, ele falou a VEJA.
Como ficou sabendo da confusão com seu homônimo? Uma ex-professora mandou um e-mail contando que estavam me confundindo com o tal Delano do Banco do Brasil. Um site publicou que o provável motivo da saída dele teria sido um post sobre a família Bolsonaro. Mas sou eu o autor do post.
O que dizia o seu post? Falava de uma reunião em que um dos filhos do presidente abordou a mudança da embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém.
Seu nome ficou visado nas redes sociais? Sim. Já antes de a professora me escrever, eu tinha percebido uma confusão. Recebi mensagens no meu blog e Facebook dizendo coisas como “esse aqui é o diretor do Banco do Brasil?”. Mas eu me mudei para Portugal há um mês, e estava afastado das redes sociais.
O que você soube sobre o comercial vetado? Ouvi que o presidente tinha proibido. Depois, soube que o comercial tinha a ver com diversidade. Acho que as pessoas pensaram que eu fosse o responsável pela campanha por ser negro e rapper.
Publicado em VEJA de 8 de maio de 2019, edição nº 2633