A Academia Brasileira de Cinema anunciou nesta segunda-feira, 23, que Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vai representar o Brasil na disputa de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025. O longa-metragem superou outras produções nacionais para concorrer à vaga, como: Cidade Campo, de Juliana Rojas; Levante, de Lillah Halla; Motel Destino, de Karim Aïnouz; Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges; e Sem Coração, de Nara Normande e Tião.
Já na competição internacional, o filme brasileiro briga com fortes concorrentes. Emilia Pérez, representante da França, é um dos filmes mais badalados da temporada. O longa levou o Prêmio do Júri e o prêmio de melhor atriz (dividido entre todas as protagonistas do longa – Selena Gomez, Zoe Saldaña, Karla Sofía Gascón e Adriana Paz) em Cannes 2024. The Seed of the Sacred Fig, da Alemanha, é dirigido pelo iraniano Mohammad Rasoulof. Ele apresenta uma metáfora para o governo autoritário do Irã, retratado no filme como responsável por plantar intriga e destruição entre seus cidadãos. In Her Place, representante do Chile, é baseado na história real de um assassinato cometido por María Carolina Geel, na década de 1950 no país. Além de Three Kilometres to the End of the World, da Romênia, ambientado em uma comunidade conservadora, acompanha a jornada de autodescoberta de um adolescente gay, que entra em conflito com os valores tradicionais defendidos por seus pais e vizinhos.
Ainda Estou Aqui, baseado no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, foi vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza. O filme conta com Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello no elenco principal.
“Estou orgulhosa de presidir essa comissão, que foi unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. ‘Ainda Estou Aqui’ é uma obra-prima, sobre o olhar de uma mulher, Eunice Paiva, e com atuações sublimes das duas Fernandas. Esse é um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que esse filme tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo. Nós, da indústria do audiovisual brasileiro, merecemos isso”, disse Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção.