Gal Costa contou com a ajuda do diretor teatral Gerald Thomas, para que a dirigisse em seu icônico show em 1994. Uma das cenas mais marcantes daquela apresentação foi quando, no Rio de Janeiro, ela apareceu no palco de camiseta aberta e deixou os seios à mostra para o público. A cena aconteceu durante a música Brasil, de Cazuza.
Ainda bastante abalado com a notícia da morte de Gal nesta quarta-feira, 9, Gerald falou com a coluna sobre a artista. “Estou completamente arrasado. Não poderia ser diferente né? Eu não paro de pensar nessa musa que conheci (e conheço) sorridente, sorrindo (O Sorriso do Gato de Alice) essa ‘gata linda’, desnudada ou vestida, que topa tudo, que se joga numa ideia, que é atrevida e, por isso mesmo esteve na vanguarda do movimento mais importante da música brasileira: a Tropicália”.
Gerald lembra ainda dos momentos que ficava com ela nos bastidores dos espetáculos. “Ela estava esquentando a voz, uma hora e meia antes de subir ao palco, às vezes ficava com ela no camarim, não usava nenhuma música do show (para aquecer). Eu percebi que ela era uma cantora de blues mais do que qualquer outra coisa. Quando ela cantava debaixo daquelas lâmpadas de camarim, ela mudava (a fisionomia). Ficava com uma cara triste, como uma cantora ou um cantor tem que ter, que é para abrir o espectro do canto. É uma conexão com Deus. E ela tinha essa conexão”.