Ao contrário de uma leva de artistas que não vê por que levantar bandeiras, Bruna Linzmeyer gosta de se posicionar — e no palco proporcionado pelo Festival de Cannes não deu outra. Das axilas não depiladas, que o vestido Gucci esvoaçante deixava à mostra, ao cartaz onde se lia “533 000 no Brasil morreram por uma doença que já tem vacina”, a atriz de 28 anos era uma mensagem ambulante, ao lado do elenco do filme Medusa, exibido na mostra paralela. “Me parece importante que as pessoas na Europa saibam o que estamos passando no Brasil”, diz. Quanto às não tosadas axilas, o motivo é, nas suas palavras, “simples e banal: sou só uma mulher adulta que não faz intervenção de retirada dos pelos do corpo”. Ponto-final.
Publicado em VEJA de 21 de julho de 2021, edição nº 2747