Muito se discute sobre a importância do astuto empresário Coronel Tom Parker na vida de Elvis Presley. Dono de uma misteriosa biografia recheada de polêmicas, o ex-militar, trabalhador de circo e parques de diversões, que chegou ilegalmente nos Estados unidos aos 20 anos, é um dos principais responsáveis pela construção da carreira de sucesso do cantor. Vivido no cinema por Tom Hanks, Coronel Parker ganha vida nos palcos brasileiros pelas mãos do ator Luiz Fernando Guimarães, que, a convite do diretor Miguel Falabella, aceitou o papel do homem que proibiu Elvis de cantar fora dos Estados Unidos por temer não poder voltar à América, onde havia entrado ilegalmente. Para o papel de Elvis, as audições ocorrem agora em março. Em conversa exclusiva com a coluna, Luiz Fernando conta sobre o novo desafio nos palcos.
Que memórias vêm à mente quando você fala de Elvis? O personagem Elvis faz parte da minha infância. Meus pais tinham todos os discos do Elvis Presley. Acompanhei a carreira dele, inclusive quando ele foi para o exército e continuou cantando.
Você e Miguel Falabella, que dirige o espetáculo, são amigos de longa data. Mas é a primeira vez que ele te dirige, não? Miguel, quando me fez o convite, não pensei duas vezes, achei sensacional! É a primeira vez, que serei dirigido por ele, é um fofo, um amigo de longas datas, começamos juntos no teatro. É a realização de um sonho meu, e com certeza é um sonho do Miguel. É muito bom trabalhar com amigos, isso é fundamental para que as coisas saiam com ares de felicidade, de alegria e eu amo trabalhar com muita gente, faz tempo que não faço isso.
O que pretende aprontar em cena? Eu não vou cantar, porque não preciso cantar para este papel, mas falei pro Miguel, que quero apostar numas dancinhas, porque amo dançar, amo musical. Fazer parte do musical de novo, ir para São Paulo, tudo isso me encheu de alegria.
Vivido no cinema por Tom Hanks, Coronel Parker é um personagem fundamental na polêmica vida de Elvis. O que você traz dele? Amo do Tom Hanks e adoro o personagem, assisti ao filme de cinco a seis vezes. Tenho a sensação de que vou dar “uma vida muito boa” ao empresário do Elvis. Outra coisa, o personagem do Tom Hanks é fundamental, né? E ele tem um sentimento, é muito interessante o processo do Coronel em acompanhar e tornar o Elvis um ídolo, ao mesmo tempo o sentimentalismo que ele tem… eu “bati de cara” com ele.
O distanciamento histórico de personalidades como Elvis dão outras roupagens a suas biografias. O que mais te chama a atenção na vida dele? A longevidade da sua carreira. O quanto ele teve altos e baixos, acho isso muito legal para composição de uma personagem. A capacidade dele de cair e subir, cair e subir, acho que a vida é assim. Esse antagonismo é muito interessante para um ator.