“Se vem do coração, é amor perfeito!”. Este é o slogan que puxa as chamadas de Amor perfeito, nova novela das 6 da TV Globo, que estreou nesta segunda-feira, 20. Aparentemente a trama parece batida, mais uma que traz a busca de um filho por sua mãe e de uma mãe por seu filho. Apenas aparentemente. Amor perfeito tem a audaciosa tarefa de ser uma “virada de página” na história da teledramaturgia da TV Globo, quase como um acerto de contas com seu público – que não se via, na maioria das vezes, representado em cena.
Com elenco formado majoritariamente por negros, há ainda um cuidado para que eles não estejam apenas em papéis coadjuvantes. O pequeno Marcelino (Levi Asaf) é gerado após o encontro entre Marê (Camila Queiroz), uma moça rica, estudante de Administração e Finanças, com o jovem médico Orlando (Diogo Almeida), o que marca o início da história. Para viver esse amor, Marê vai contrariar os desejos do pai, o empresário Leonel Rubião (Paulo Gorgulho), e enfrentar o noivo, Gaspar (Thiago Lacerda), filho mais velho do prefeito Anselmo (Paulo Betti) e da primeira-dama Cândida (Zezé Polessa), em Águas de São Jacinto. Ou seja, os vilões, dessa vez, são todos brancos.
Criada e escrita por Duca Rachid (dona de dois Emmy’s: Joia Rara, de 2014; e Órfãos da Terra, de 2020) e Júlio Fischer, ambos brancos, e direção artística de André Câmara, negro, a obra é escrita com Elísio Lopes Jr, e colaboração de Dora Castellar, Duba Elia e Mariani Ferreira. Desses, apenas Elísio e Mariani são negros. O que mostra que mais páginas ainda precisam ser viradas nessa mudança, mesmo que já significativa e sentida no maior produto de entretenimento gratuito do país.
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