Novo ‘Trapalhões’ não fará piadas com minorias, garante Mumuzinho
Remake em homenagem aos 40 anos do programa estreia na próxima segunda-feira, no canal pago Viva
Grande sucesso da televisão brasileira, Os Trapalhões está prestes a ganhar uma homenagem. O canal pago Viva exibe, a partir da próxima segunda-feira, um remake da série, feito para comemorar os 40 anos do programa. Além da atualização dos esquetes de humor, as piadas também virão repaginadas. O cantor Mumuzinho, um dos novos protagonistas, contou ao blog VEJA Gente que não haverá piadas com minorias, como negros e gays, com o objetivo de “fazer um trabalho universal, para todo mundo gostar”, afirmou.
O programa, que se consagrou com os personagens interpretados por Renato Aragão (Didi), Dedé Santana, Mussum e Zacarias, será protagonizado por Lucas Veloso (Didico), Bruno Gissoni (Dedeco), Mumuzinho (Mussa) e Gui Santana (Zaca). Aragão e Dedé também participam do remake.
Os nove episódios inéditos serão exibidos a partir da próxima segunda-feira no canal Viva. Em setembro, será transmitido na Globo. O programa contará com a regravação de antigos quadros famosos e também com esquetes inéditos, além dos clássicos musicais.
Confira a entrevista com Mumuzinho:
Os Trapalhões fez parte da sua infância? A série fez parte da infância de muita gente. Desde pequeno, já me identificava com eles, pela forma como brincavam e faziam humor. Um episódio me marcou, quando recriaram a história da canção Teresinha, enquanto a voz de Maria Bethânia tocava no fundo. Didi interpretava a cantora e eu adorava.
Na época, já havia uma identificação com algum personagem? Sempre me identifiquei muito com o Mussum, por seu jeito sambista e irreverente. Ele foi um homem negro que, desde novo, já fazia trabalhos não só na televisão, mas também no cinema e no teatro. Eu queria ser igual a ele quando crescesse, mas nunca imaginei que teríamos tantas semelhanças. Mesmo assim, foi um longo processo para atuar no programa. Tive que entender toda a dinâmica corporal e voz que Mussum tinha.
Te confundem muito com o Mussum? Muitas pessoas pensam que eu sou filho dele, por conta do meu nome. Uma vez, uma senhora me chamou de “Mussunzinho” e disse “canta a música do seu pai”. Falei que o Mussum não era meu parente, ela não acreditou e ficou achando que eu não queria cantar. Mas fico muito muito feliz com essa comparação.
Como está a expectativa para a estreia do programa? Todo mundo que participou do projeto está ansioso. Dá muito medo da reação do público, mas tivemos uma longa preparação para o projeto e estamos confiantes. É importante deixar claro que o objetivo é fazer uma homenagem. Não queremos ser os novos trapalhões, e sim fazer um tributo para que as pessoas se lembrem e sintam saudades deles.
A versão original dos Trapalhões recebeu críticas por ter piadas consideradas preconceituosas. Você se sentiu ofendido alguma vez quando via? Claro que não. Eles brincavam e não tinham preconceito, só faziam piadas para divertir. Hoje temos o “politicamente correto”, então brincamos de outra maneira. Não fizemos piadas com qualquer minoria, porque queríamos fazer um trabalho universal, para todo mundo gostar.