Em seu sexto livro, Simplesmente Bela (Sextante), a cozinheira Bela Gil ensina receitas caseiras — não só de comida — para a quarentena. Há desodorante sólido de laranja, pasta de dente de cúrcuma e granola de frigideira. Ela explica.
Como escolheu as receitas para o isolamento? Terminei o livro uma semana antes de nos fecharmos socialmente. Percebi que as pessoas estão ganhando consciência sobre o estilo de vida que tinham antes. Elas querem mudar.
Há quem critique seu suposto radicalismo alimentar. O que pensa disso? Mais uma pessoa da família Gil mudando a sociedade careta e a inconsequência do ser humano. Sou filha de um tropicalista que foi preso e exilado. Minha irmã (Preta Gil) foi ridicularizada por levantar as bandeiras da negritude e contra a gordofobia. Comigo foi a mesma coisa. As pessoas precisam perceber que temos responsabilidade pelo que comemos.
Seu livro inclui receitas de remédios caseiros. Não vai à farmácia? É muito difícil. Peço bicarbonato e cera de abelha em uma loja específica, a gente arranca plantas de nossa horta, ou da varanda e está tudo certo. A não ser que seja um remédio específico receitado por um médico, aí eu vou, sim.
Publicado em VEJA de 7 de outubro de 2020, edição nº 2707