‘Lucinha Lins é a minha inspiração’, diz Letícia Colin
Jovem atriz repete em 'Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood' número musical antológico da veterana
Quando Lucinha Lins, vestida a caráter, encantou o Brasil cantando História de Uma Gata em Os Saltimbancos Trapalhões (1981), Letícia Colin não tinha sequer nascido. Hoje, aos 27 anos, a loirinha não só teve a chance de repetir a antológica sequência em Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood, em cartaz nos cinemas brasileiros, como vê em Lucinha uma fonte de inspiração para a condução de sua carreira. A seguir, Letícia fala da relação entre as duas e de como foi encarar a versão atualizada de um clássico tão querido dos fãs.
Você viu o primeiro Os Saltimbancos Trapalhões? Assisti uma vez quando era criança, então tinha memórias um pouco difusas. Depois que comecei a filmar, vi novamente e me emocionei. É um filme belíssimo, clássico, uma homenagem de toda a equipe aos Trapalhões. Para mim, pessoalmente, é uma homenagem à Lucinha Lins, que me incentivou muito a cantar. Há dez anos ela me indicou uma professora de canto, antes mesmo de eu sonhar que poderia vir a fazer Saltimbancos. Aliás, o primeiro Saltimbancos é irretocável. Nosso filme não é uma tentativa de fazer melhor, é outra história bem diferente.
A Lucinha disse que você é uma das melhores atrizes da sua geração e por isso não sentiu ciúmes quando soube que faria a Karina. O que acha disso? A Lucinha é a minha inspiração, por ser uma ótima atriz e também cantar. Fizemos uma novela juntas (Chamas da Vida, 2008, Rede Record) e me identifico muito com o jeito dela de se relacionar com a música. Quando ganhei o papel da Karina, mandei uma mensagem para ela. Perguntei se ela me daria a benção, se me autorizava a fazer o papel e ela foi muito amorosa e generosa, não só afirmou que eu faria bem como ainda me contou histórias do elenco da época do filme. Ela é uma das pessoas mais legais que conheço.
Você também cantou em Hair (2010), O Grande Circo Místico – O Musical (2014) e Mas Por Quê??! A História de Elvis (2015). Como foi a sua formação musical? A música na minha vida surgiu por uma sucessão de possibilidades do destino. Na primeira audição que fiz para O Despertar da Primavera (2010), o Charles Möeller e o Cláudio Botelho (diretores musicais que também assinam o argumento de Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood) acreditaram no meu potencial. Eu sempre gostei de cantar em casa, na vida, no chuveiro, mas não imaginava que isso seria uma ferramenta de trabalho. Comecei a estudar canto e, num primeiro momento, foi bem difícil, pois cantar é algo que exige muito. Quando os musicais foram se instalando na minha trajetória, passei a me relacionar melhor com a música. Nos últimos espetáculos, até me aventurei a tocar bateria. Agora estou aprendendo piano para interpretar a Imperatriz Leopoldina em Novo Mundo, próxima novela das 6 da Globo. E gosto também de compor.
Como foi o clima nos bastidores do filme? Prazeroso, do começo ao fim. Não conhecia o Renato (Aragão) nem o Dedé (Santana), mas já conhecia algumas pessoas da trupe do circo. A maioria tinha trabalhado comigo em musicais, então foi um reencontro com artistas que admiro e com quem já tinha dividido coxia. Nós estávamos num circo de verdade, o circo do Marcos Frota, ficávamos o tempo todo no picadeiro. Muitos artistas vivem ali com a família, então eu já sabia quem era filho de quem, conhecia as crianças, quem morava em cada trailer. Nós tivemos um convívio muito intenso, o que foi ótimo para o resultado do filme. Conhecer o Renato foi maravilhoso. Não só ele, mas a família dele também. Fiquei encantada pela maneira dele atuar, por sua inteligência e rapidez. Ele é uma pessoa generosa, amorosa. Com o Dedé eu tive uma relação mais íntima ainda, porque nós íamos e voltávamos todos os dias juntos das gravações. Ouvi várias histórias e hoje em dia somos amigos. Ganhei pessoas para a minha vida com Saltimbancos.