A dermatologista Ligia Kogos fala da rotina de sua badalada clínica paulistana, ainda aberta, apesar da quarentena imposta pela pandemia.
Como está a sua rotina? Normal. Eu me sinto segura. Após revisar artigos, tomei a decisão de receitar a amigos médicos e toda a equipe da clínica, das faxineiras aos seguranças, a hidroxicloroquina como profilaxia. É uma forma de prevenir a Covid-19. Cada caso é um caso. Há quem toma um remédio por dia, outros um comprimido por semana…
A senhora é conhecida por ser a rainha do Botox. Tem quem aplique toxina botulínica em tempos de isolamento social? É claro que tem. Eu mantenho minha clínica aberta, alguns dias saio depois das 23 horas. Uma paciente veio de Campinas para São Paulo porque não há dermatologista trabalhando na cidade dela. Para mim, soa estranho os médicos não cumprirem seu juramento. Tenho uma clínica de dermatologia, não de estética. Atendo a todos os casos possíveis.
A senhora demitiu alguém da sua equipe? O movimento diminuiu um pouco, há quem tenha medo de sair na rua, mas jamais demitiria alguém — seja da clínica, seja da minha casa. Notei algumas pacientes com irritações nas mãos, pois dispensaram as faxineiras e agora estão com a pele ressecada.
Publicado em VEJA de 22 de abril de 2020, edição nº 2683