Uma história capaz de dar inveja aos melhores dramas com personagens golpistas da Netflix. Estilista famosa entre a alta sociedade carioca está sendo acusada de forjar gravidez e perda de bebê. Layana Thomaz, de 42 anos, comoveu muita gente ao anunciar que sua filha nasceria prematura — e fez uma vaquinha para arrecadar 20 000 reais para o parto de risco (conseguiu, ao todo, apenas 4 000 reais). Tudo deu errado, segundo o relato da própria. Layana contou que o bebê veio ao mundo natimorto, na véspera no Dia das Mães. A suspeita de que a história era mentira surgiu quando a estilista postou uma foto do bebê natimorto. Foi quando seus amigos encontraram a mesma imagem no Google. Na sequência, surgiram grupos de WhatsApp de pessoas enfurecidas por terem caído no (suposto) conto do vigário.
Na semana passada, a artista plástica Rafaela Monteiro postou o caso no Twitter, provocando a saída da estilista das redes sociais. Layana, que nasceu com um problema no coração, realizou outras vaquinhas para angariar ajuda no passado. Em 2016, ela realizou um festival de música com 100% da renda revertida para uma cirurgia cardíaca. Um alegado sequestro-relâmpago também motivou pedido de auxílio, em 2018. Agora, todos esses dramas estão sendo questionados pelos que a ajudaram no passado. Procurada por VEJA, Layana afirmou que irá processar Rafaela. “Não quero mais exposição”, disse.
Importante: após a publicação dessa nota, as advogadas de Layana Thomaz, Mariana Tripode e Cynthia Tsaldaris, encaminharam a seguinte nota:
A estilista Layana Thomaz está vivendo um momento muito delicado em sua vida e que requer cuidados médicos especializados, respeito e sensibilidade. Os familiares e amigos de Layana estão surpresos e fortemente abalados pelos acontecimentos e lutam para buscar as respostas necessárias. Em paralelo, estão tomando todas as providências, tanto no âmbito afetivo como da saúde, para superar essa fase difícil causada pelos acontecimentos dos últimos meses e, principalmente, dos últimos dias. Para isso, necessitam de privacidade e serenidade, assegurando que prestarão
esclarecimentos às pessoas de direito assim que possível.
Vivemos tempos perigosos. As redes sociais trouxeram à tona um elemento pernicioso que especialistas chamam de “cultura de cancelamento”. Todos os dias reputações são destruídas sem piedade por pessoas que agem como verdadeiros acusadores. No caso de Layana, esse tribunal ao qual está sendo submetida é o que conhecemos como tribunal de exceção, pois os julgamentos são sumários e não há espaço para contraditório e ampla defesa. Infelizmente Layana não será a última pessoa a sofrer com essa prática de linchamento virtual injusto.
Em relação às postagens que achincalham a honra de Layana, a defesa informa que tomará as devidas providências para reparar os danos causados à imagem da estilista diante das acusações feitas em redes sociais.
Publicado em VEJA de 12 de agosto de 2020, edição nº 2699