O cupcake azedou. Dono da rede The Original Cupcake, cujo nome na junta comercial é NQZ Participações e Investimentos, Bruno Neri Queiroz tem sido alvo de mais de vinte ações por parte de sócios que se dizem lesados e enganados por negócio visto como promissor. Genro de Celso Russomanno e casado com Luara Russomanno, Queiroz firmou sociedade com pessoas variadas (a maioria, desconhecidas de seu círculo social) de forma a abrir franquias do doce que, em determinado momento, virou modismo gastronômico — o cupcake. Os casos se deram sobretudo entre 2013, 2014 e 2015, com a expectativa de compor uma rede de franquias em São Paulo. Há quem tenha investido entre 20 000 e 500 000 reais na compra de cotas em um pool de empresa do segmento de franquias. Há processos recentes com valores superiores a 1 milhão de reais.
Segundo advogados de pessoas que foram prejudicadas, Queiroz teria de usar o dinheiro para abrir novas lojas — mas isso não aconteceu da forma estimada. Não bastasse, ele depois deixou de repassar o lucro da empresa e de prestar conta do balanço fiscal. As pessoas lesadas desconfiam se tratar de um caso de “pirâmide”. Queiroz nega. No fim de 2018, Queiroz e Luara deixaram a sociedade — e os ex-sócios ficaram mais assustados. Os novos “donos”, segundo eles, seriam laranjas. Queiroz nega. “Eu continuo sendo o responsável pela NQZ e por todos os processos e contratos firmados durante a minha gestão.”
Os sócios prejudicados se queixam, além do alegado calote, da vida de ostentação que Queiroz e Luara ostentam no Instagram, com festas e viagens internacionais. “Usei minhas economias para integrar a sociedade de algo que só me prejudicou, daí sou obrigado a ver os dois badalando enquanto eu estou sem nenhum dinheiro”, disse uma pessoa prejudicada que não quis se identificar. Queiroz afirma que quer resolver tudo: “Estamos tentando junto aos bancos levantar uma linha de crédito. Devido aos processos e protestos, não tenho condição de pleitear nada. Meus sócios devem cuidar dessa questão.” Ele culpa a economia claudicante do Brasil pela espirar de problemas financeiros: “o negócio começou bem, mas acabou que não tivemos o mesmo desempenho e capacidade intelectual de fazer um negócio à prova do Brasil.”
Queiroz e Luara têm histórico de problemas de pagamentos variados, tendo sido processados pelo prédio onde moram em São Paulo por atraso nas parcela do condomínio. Enquanto isso, o sogro Celso Russomanno desponta no topo das intenções de votos para a eleição da prefeitura de São Paulo.