Ex-diretor de TV e atual produtor cultural e agente de viagens de luxo em Orlando, Rodrigo Branco virou assunto na semana passada. Amicíssimo de famosas como Adriane Galisteu, Sabrina Sato e Simone e Simaria, ele entrou em uma transmissão ao vivo, nesse surto de lives causadas pela quarentena, da DJ e influenciadora Ju de Paulla. O assunto era o Big Brother Brasil. Do nada, Branco soltou a frase estúpida “Torcer por Thelma é racismo”, argumentando que a torcida pela moça brotara apenas porque “ela é negra, coitada”. Sobre Maju Coutinho, apresentadora do Jornal Hoje, foi além: “Ela é péssima, é horrível. Eu assisti hoje, e ela fala tudo errado. Ela só está lá por causa da cor. Ela não tem uma carreira, ela nunca foi repórter de campo”. A DJ Ju ficou desconcertada diante dos absurdos. “Nós nunca esperamos que o racismo venha de um amigo. Esse tipo de comportamento não pode ser tolerado”, diz ela, que rompeu relações com Branco. “A agressão dele foi contra todas as mulheres negras, como eu, a Maju e a Thelma.” Procurada, Maju não quis comentar, mas demonstrou interesse em mover um processo contra o autor do ataque. Branco desativou suas redes sociais. Ele falou com VEJA.
Por que falar tantas barbaridades? Não sou racista. O que quis dizer é que o fato de ser negro não pode encurtar caminhos. Ser branco também não deveria encurtar. Há pessoas competentes em todos os lados. Não gosto da Thelma, do BBB, como jogadora. Não é por ser negra. Só não gosto. O mesmo se aplica à Maju. Sei que é uma pessoa maravilhosa, mas não gosto dela como apresentadora. Fui infeliz na forma de dizer e agora tenho de assumir as consequências.
Quais são as consequências? Desabilitei minhas redes sociais em virtude dos ataques de ódio, que não ajudam neste momento. Estou aproveitando esse tempo para refletir. O primeiro passo é assumir meu erro: errei, peço perdão por ter exposto pessoas que não fizeram nada contra mim, como a Maju e a Thelma. Pedi desculpas à Ju de Paulla. Só não aceito o ódio. Saí das redes sociais porque usaram fotos minhas com a minha filha, dizendo que temos de morrer.
Explique melhor. Ameaça, calúnia, difamação também são crimes, e, infelizmente, as pessoas que estão fazendo isso não mostram a cara, não terão consequências como eu terei. Não posso me matar, para satisfazer a maioria das pessoas. Tenho minha vida, vontade de melhorar e uma filha linda que amo.
Você perdeu contratos de trabalho? Não, todos os meus contratos com as empresas americanas e brasileiras são de longo prazo.
Publicado em VEJA de 8 de abril de 2020, edição nº 2681