Há pouco mais de 150 anos, o filósofo russo Fiódor Dostoievski (1821-1881), em seu livro Crime e Castigo, escreveu: “Quando é preciso, afogamos até o nosso senso moral, a liberdade, a tranquilidade, a consciência, até tudo, tudo, vendemos tudo por qualquer preço”. A citação pode ser aplicada para a freira aposentada Mary Margaret Kreuper, de 80 anos, condenada esta semana após confessar ter roubado 835 mil dólares (4,4 milhões de reais) nas décadas em que foi diretora da escola St James Catholic School, na Califórnia, nos Estados Unidos.
A freira americana confessou ter desviado o montante para pagar por viagens a cassinos e férias com os amigos. “Eu pequei, infringi a lei e não tenho desculpas para isso”, disse ela em seu depoimento.
O esquema só veio à tona em 2018, quando já estava aposentada e, portanto, afastada de suas funções. Durante uma auditoria, foi descoberto que Mary Margaret instruiu outros funcionários da escola a alterar e destruir registros financeiros para acobertar a fraude.
Ao juiz, Kreuper disse estar “profundamente arrependida” e que passaria o restante de sua vida tentando seguir de perto os passos de Cristo. “Assim que foi confrontada, ela aceitou total responsabilidade e está cooperando completamente com as autoridades e com a arquidiocese”, informou a defesa, acrescentando que a freira sofria de uma doença mental que afetou sua capacidade de julgamento.
Ao anunciar a sentença, o juiz responsável pelo caso disse ter dificuldades para definir a punição diante dos inúmeros pedidos de perdão feitos por famílias católicas que tiveram seus filhos matriculados na escola.
A freira poderia ter sido condenada até 40 anos de prisão, mas no fim, o castigo para seu crime foi 12 meses e 1 dia e a devolução integral da fortuna.