Luana Piovani, 46 anos, recentemente fez uma série de desabafos nas redes sociais sobre o ex-marido e pai dos seus três filhos, Pedro Scooby, 34. Ela destacou a irresponsabilidade do surfista e mostrou o quanto não se sente segura com as habilidades do ex-marido para “criar” Dom, 10, e os gêmeos Bem e Liz, 7. Pedro chegou a chorar nas redes sociais. Telma Abrahão, formada em Biomedicina há mais de 20 anos e especialista em Neurociências Comportamental Infantil, em conversa com a coluna, explica como essa exposição das brigas de divórcio afeta as crianças.
Analisando o que está acontecendo com Luana Piovani e Pedro Scooby, de que forma isso afeta os filhos do ex-casal? Divórcio já é uma situação difícil para qualquer família, para as crianças principalmente, já que elas estão se desenvolvendo, em formação sobre quem são. No caso da Luana e Scooby, a gente está vendo que as coisas não estão tão pacíficas assim, e isso pode impactar o emocional delas, não só por se sentirem expostas, mas por verem o pai e a mãe brigando. Pode trazer ansiedade, depressão, dificuldade de aprendizado. O cérebro humano precisa de segurança física e emocional, especialmente na infância, para que a criança consiga se relacionar bem, ter bom desempenho escolar.
O que Luana e Pedro deveriam fazer para evitar essas consequências? O ideal é que pai e mãe não falem mal um do outro para os filhos. Os adultos têm que resolver a situação de adultos entre eles. Porque a criança não tem culpa, a criança não tem como decidir ‘quem vai pagar isso ou aquilo’. Quando a briga é pública, eles desconsideram o que o filho está sentindo, consideram só que precisam desabafar. Os filhos precisam ter o direito de continuar ‘amando o papai e a mamãe’. Eles são 50% de cada. É importante que os pais lembrem disso.
Qual seria a melhor forma de resolver esse tipo de conflito? O casal precisa comunicar aos filhos aquilo que é importante. As crianças não precisam saber dos conflitos de pagamento, é uma questão do adulto. Nem todos os filhos estão prontos para a conversa, eles têm idades diferentes.
A mãe, ao se colocar num tom mais ‘agressivo’ em relação ao pai, pode fazer com que as crianças tomem ‘um lado’ da briga? Sim, quanto mais pacífico puder ser, melhor. Falar mal um do outro só piora a situação. A criança fica ressentida, acaba tomando partido de um ou de outro. Uma comunicação violenta desperta no outro o desejo de retaliação, de vingança e de defesa.
É necessário apontar os culpados das brigas, como a Luana fala, ‘mostrar a verdade sobre o pai” para os filhos? Quais os limites? Como adultos nós temos que ter capacidade cognitiva e emocional de tomar as próprias decisões. Quando você está em uma situação pessoal difícil, é bom buscar pessoas em que confia, amigos, familiares, psicólogo, advogado. O que ela está preocupada é em mostrar que tem razão, e a gente não precisa ter esse desejo de provar nada para o outro. O que se deve focar é no bem estar dos filhos. Não tem a ver com desqualificar o que ela pensa e sente, e sim preservar a família.