O ator Rodrigo Simas, 31 anos, veio a público recentemente acabar com uma suspeita de parte de seus seguidores, que o perseguia há tempos. A respeito de sua sexualidade, se definiu bissexual. Namorando há quatro anos a também atriz Agatha Moreira, Rodrigo – sempre alçado a postos de galã em novelas – se viu no centro de um debate que volta e meia a sociedade discute em praça pública: a vida sexual de suas celebridades.
Ainda há forte tabu em torno da bissexualidade, com tendência de se defini-la com aspectos bastante antagônicos para homens e mulheres em uma sociedade ditada pelos valores “machocêntricos”. Homens bissexuais são vistos como “gays enrustidos”, mulheres bissexuais seriam ousadas e “prato cheio” para realizar fantasias na cama. Na cartilha da masculinidade tóxica que boa parte do Ocidente segue à risca (não que o Oriente ignore essa cartilha), homem só é homem se desejar mulheres – no plural, de preferência.
Quando um artista avisa que está fora desse padrão desejado, rompe-se um “contrato social” enraizado em seu público. Só que este mesmo público tem aprendido, a duras penas, que cada um deve fazer o que bem quiser de sua vida. Felicidade é uma construção diária e nunca concluída, bem distante dos “felizes para sempre” atos televisivos. O que se viu na reação dos seguidores de Rodrigo foi um mar de elogios e rede de apoio. Claro que a invisibilidade da internet proporciona alguns haters, que em nada acrescentam a um debate sadio sobre construção de identidades. Mas Rodrigo, com sua fama e alcance, ajuda, e muito, a luta de se desmistificar uma das mais dicotômicas letras da sigla LGBTQIAPN+.