O termo “agroboy” surgiu para designar rapazes que vivem em áreas rurais andando a cavalo, com fivela robusta na cintura, chapéu e botas de couro. São rudes no trato, mas costumam seduzir no olhar. Com a audiência crescente de Pantanal, a discussão sobre os agroboys voltou ao olhar atento dos telespectadores. Afinal, o que os caipirões do interior do país andam achando dessa representação na novela de Bruno Luperi? Na primeira fase, Zé Leôncio foi vivido por Renato Góes, que depois passou o bastão a Marcos Palmeira. Gabriel Sater, Juliano Cazarré, Thommy Schiavo, José Loreto e Leandro Lima ajudam a animar a audiência feminina – e masculina. Na vida real, os agroboys contam o que veem e ouvem por aí.
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O modelo Fernando Schnerocke, de 29 anos, nasceu e cresceu em Santa Maria de Jetiba, cidade com pouco mais de 40 mil habitantes no interior do Espírito Santo. Sua vida se resumia aos estudos e plantio de grãos e hortaliças. “Sou filho de agricultores, então sempre trabalhei com a família antes de me tornar modelo”, diz ele, que atualmente mora em Hamburgo, na Alemanha, onde cumpre agenda de trabalhos. “Me chamavam de menino da roça, porque eu era muito quietinho e tímido. Posso dizer que, vendo a novela, enxergo a realidade de onde eu vim, revivendo emoções do tempo de criança. E digo também que tem muito homem bonito na roça!”, continua.
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Outro típico interiorano que também seguiu a carreira de modelo é Emmanuel Buchele, 27 anos, de Santa Catarina. “A vida campestre me fascina, pela tranquilidade e a conexão única com a terra. Adoro esse termo “agroboy”! Me sinto o provedor da população de meu país”, diz, aos risos. Ele acompanha “Pantanal” cheio de olhar crítico. “A novela é super pertinente por tratar do machismo, algo presente em nossa sociedade, mas pouco discutido”, continua.
Já adaptado à vida urbana, Schnerocke relembra que nem sempre foi assim. “Quando cheguei em São Paulo foi um choque. Nunca tinha vivido em uma cidade tão grande. Naquela época, eu era menino da roça. Tinha medo de me perder pela cidade”, recorda o capixaba. Já o agroboy catarinense se diverte com as cantadas que recebe. “Uma bem recorrente é: ‘vem carpir um lote aqui em casa!’. Recatado e da labuta, não costumo cair nesses papinhos”, despista.