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Advogado detalha conversa com Gusttavo Lima: ‘Acho que rolou ciumeira’

Nelson Wilians, que ajudou o cantor nos últimos dias, mesmo não fazendo parte de sua equipe jurídica, fala com exclusividade à coluna GENTE

Por Mafê Firpo Atualizado em 25 set 2024, 08h49 - Publicado em 25 set 2024, 08h00
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  • O advogado Nelson Wilians, conhecido por defender causas de grande repercussão midiática, como o imbróglio que envolve a partilha de bens entre herdeiros do apresentador Gugu Liberato, lança o livro Loucura, não. Coragem! (ed. Literare Books International), em que conta como usa as redes sociais para promover seu trabalho. O advogado, que já entrou na lista de 50 over 50 da Forbes, se envolveu agora em uma briga com a defesa “oficial” de Gusttavo Lima – de acordo com eles, Nelson estaria defendendo o artista sem seu aval. O sertanejo está na mira de uma operação de suposta lavagem de dinheiro da casa de apostas esportivas Vai de Bet e teve o pedido de prisão preventiva revogado nesta terça-feira, 24. Em conversa com a coluna GENTE, Nelson comenta sobre os bastidores jurídicos do caso e afirma que houve “ciumeira” da equipe do cantor com ele. 

    No começo da semana, o senhor se envolveu em uma briga pela defesa de Gusttavo Lima. Por que quer representar o caso? Não, não é porque eu quero representar. Quinta-feira da semana passada, fui procurado pelo senhor Boris Padilha, que, inclusive, teve a prisão decretada. Falou para mim que queria fazer uma chamada de vídeo com o Gustavo. Prontamente aceitei. O Gusttavo estava preocupado com essa questão do Vai de Bet e da própria operação em si, porque envolveu uma aeronave dele. Perguntou se eu poderia dar uma ajuda para o casal dono da Vai de Bet, eu aceitei, fui na sexta-feira para Pernambuco.

    Para quê? Me reuni com os advogados da empresa e também com os advogados do próprio Gusttavo lá em Pernambuco. Recebemos uma procuração do casal proprietário e fizemos um pedido de reconsideração para o Tribunal de Justiça de Pernambuco. Despachamos esse pedido e na segunda-feira (dia 23) os nossos advogados estavam lá. Depois saiu tanto a decretação da prisão do Gustavo e do próprio Boris Padilha, bem como saiu a liberação de todos os demais. No nosso entendimento, a decretação de prisão do Gusttavo Lima, bem como do Boris Padilha, foi decretação de prisão arbitrária e nós já tínhamos uma decisão no HC do pessoal lá todo. Pegamos e acabamos pedindo a extensão dessa decisão para o Gusttavo e também para o Boris . Ontem à noite, por volta das 22 horas, o próprio Gusttavo me ligou em chamada de vídeo, conversamos e ele ratificou tudo, que não tinha nada de errado em pedirmos a extensão.

    O que Gusttavo Lima temia para pedir ajuda ao senhor àquela hora? Não estava temendo, acontece que estava todo mundo com a ordem de prisão , não tinha sido derrubada. Primeiro que tanto Gusttavo quanto Boris acreditam na inocência não apenas deles, mas também na dos demais, então, na verdade, era uma preocupação legítima. Na quinta-feira ele só pediu para que eu ajudasse o casal lá em Pernambuco.

    A defesa de Gusttavo Lima disse que o senhor não integra a equipe jurídica do cantor. Na quinta-feira ele pediu para que o senhor o defendesse ? Não, naquele momento não, porque ele não tinha nem o mandado de prisão decretado, a priori o que ele tinha só era o bloqueio da aeronave vendida. Tive o aval dele, não fiz de orelhada. O que acho que bateu mesmo aí na verdade foi uma ciumeira, só o Gusttavo quando voltar ao Brasil pode dirimir essa dúvida.

    E como foi a conversa na segunda-feira? Falei para ele que eu tinha certeza que hoje seria revogada a prisão dele, porque não tinha o menor fundamento legal para justificar aquilo, não há indícios de materialidade e não há os fundamentos legais para prevalecer uma prisão.

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    A defesa disse que a ligação dele era apenas de uso de imagem e empréstimo da aeronave, no entanto, ele possuía 25% da empresa. Isso não poderia mostrar que ele sabia dessa suposta lavagem de dinheiro? Necessariamente não, tanto é que no próprio HC o desembargador cita isso, que não configura que o cara saiba de eventuais delitos praticados antes, ou mesmo durante a administração da empresa. O desembargador cita isso na decisão.

    O pedido de prisão pode voltar? Acredito que não. Agora quem vai tocar a defesa do Gusttavo serão os advogados dele. 

    Por que não pretende ajudar? Só tocaria a defesa, caso o Gusttavo quisesse que eu tocasse, mas essa decisão cabe a ele. Confesso para você, não devo me manifestar sobre esta opinião.

    Mesmo tendo a defesa dele, o senhor foi procurado para ajudar no processo. Acha que ele confia mais no seu trabalho? Essa é uma pergunta boa que você deve fazer para ele. Estou consciente, tranquilo, não fiz nada que não fosse com o aval dele. Acho que rolou mais uma ciumeira. Sim, uma ciumeira.

    Em seu novo livro, o senhor fala sobre usar mídias sociais como ferramenta estratégica. Quais são as suas estratégias? Quem não está na internet, nas mídias, não está no mundo. De que me adianta ter os melhores profissionais, os melhores serviços e produtos, se não comunico isso? De nada me adianta. Sempre fui apaixonado por comunicação e marketing, embora minha formação seja o Direito, de certa maneira é uma paixão e, tudo que fiz e faço é instintivamente. A advocacia é atividade que tem raiz muito forte no tradicionalismo e leva certo tempo a se adaptar a isso, até é legítimo.

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    E ter clientes com alta visibilidade na mídia faz parte? Ter clientes que são pessoas notórias, óbvio que traz repercussão e também um nível de exposição e conhecimento. Não resta dúvida. Agora, isso por si só não basta. Tem uma máxima que diz: “diga-me com quem andas que direi quem és”. Então diga-me para quem você advoga e direi que tipo de profissional do Direito você é. 

    O que te motivou a fazer esse livro? Minha história é muito peculiar. Tenho uma origem humilde, nascido no interior do Paraná, cresci numa cidade pequena, de 10 mil habitantes, Jaguapitã. Meu pai é um pequeno agricultor de subsistência. Meu pai e minha mãe são praticamente semi-analfabetos. Por conta e risco, fui fazer faculdade. Depois que me formei, tirei minha carteira da OAB e comecei a advogar na cara e coragem, nunca fiz estágio em escritório de advocacia, comecei a advogar numa sala de uma clínica médica, em que um médico me emprestava a sala para eu usar das oito da manhã até às dezesseis horas. Lógico que tem muitos desafios, lutas, mas vim galgando e, de certa maneira, comecei a me destacar no meio. Nós vemos, muitas vezes, jovens profissionais capacitados tendo dificuldade em prosperar ou começar a se dar bem na carreira e muito disso está associado a uma comunicação ruim, a não conhecer o marketing. 

    O senhor tem lidado com o caso dos herdeiros do Gugu. Como é a pressão para chegar a um acordo entre eles? É sempre um desafio. Falar determinadas coisas para a gente também acaba sendo novidade. Tem que ter humildade e, quando falo humildade, no sentido de realidade e verdade. Porque a soberba, que é a antítese da humildade, é a mentira. A mentira sobre si próprio, sobre o meio e o que o cerca… Procuro lidar com isso com humildade e pé no chão.

    E como a família do Gugu tem lidado com as novas repercussões? Com relação à questão do Gugu Liberato, o processo está em segredo de justiça e gostaria de não falar sobre isso, se você me permite. Posso falar que há paz, há paz hoje entre a família. 

    O senhor, inclusive, disse que em breve terá um desfecho. Já se pode avizinhar qual será? O que posso dizer é isso que já saiu na mídia. A família Gugu Liberato está, graças a Deus, em paz. Agora tem essa questão aí do filho que apareceu, o suposto filho, que também  será uma questão de pouco tempo a se resolver.

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