Ao ganhar as páginas dos tabloides europeus, que não abandonam a verve machista e insistem em eleger a “musa estrangeira em Paris”, a nadadora paraguaia Luana Alonso, 20 anos, viveu seu momento de fama. Deu entrevistas, distribuiu selfies por onde passava e posou para ensaios fotográficos tendo Paris como cenário. Só faltou mesmo mostrar que era tão boa na piscina quanto de rede social. Na classificatória dos 100 metros borboleta ficou em sexto lugar, com 0,24 segundo atrás da quinta colocada, sendo sumariamente eliminada. Saiu fazendo beicinho para a TV e anunciando que iria pendurar a touca e o maiô, apesar da pouca idade. “É oficial. Estou me aposentando. Desculpe, Paraguai”, limitou-se a dizer, irritada, antes de rumar às ruas da capital francesa a tempo de mais um clique. Se pose fosse modalidade olímpica, era ouro na certa.
Publicado em VEJA de 2 de agosto de 2024, edição nº 2904