O assassinato da mineira Ângela Diniz, que chocou o país em 1976, ganha novo olhar com o filme Ângela, protagonizado por Isis Valverde, 36 anos, também nascida em Minas Gerais, em Aiuruoca. “Ângela era a alegria das festas e assim mascarava o sorriso triste, já que sofria uma dor profunda com a distância dos filhos. Nas filmagens, também fiquei longe do Rael, o que me ajudou a levar o sentimento para a tela”, diz a atriz. Exibido no Festival de Gramado, o longa foi criticado pela quantidade de cenas de sexo entre Ângela e Doca Street (vivido por Gabriel Braga Nunes), que a assassinaria e alegaria “legítima defesa da honra” — uma argumentação que acaba de ser invalidada pelo STF. Isis não se abala com a desaprovação e vê nela uma manifestação de machismo, do qual se diz vítima. “Quero viver a minha vida nos meus termos e sei que nem sempre a sociedade entende isso”, ressalta ela, agitando bandeira.
Publicado em VEJA de 25 de agosto de 2023, edição nº 2856