Faltando apenas duas semanas para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, as pesquisas de opinião revelam um país rachado ao meio, com disputa acirradíssima entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.
Mas, ainda que os levantamentos não consigam apontar um favorito, eles trazem revelações que podem ter efeito decisivo no resultado final.
Uma série de fatores parecem influenciar a cabeça dos americanos, ora beneficiando Trump, ora dando um empurrãozinho em Kamala. Abaixo estão os mais lembrados nas pesquisas, acompanhados das possíveis consequências de cada um nas urnas.
1. A inflação continua sendo a principal preocupação econômica dos eleitores. Mas é o aborto a questão que mais os motiva a votar contra ou a favor de alguém.
Pesquisa após pesquisa, os americanos afirmam que o aumento do custo de vida é principal preocupação, um problema que ganhou corpo após a alta da inflação causada pela pandemia.
Mas um levantamento nacional feito pela rede de TV NBC News arriscou uma pergunta diferente, e o resultado foi revelador.
Os entrevistadores questionaram se existe algum assunto definidor na escolha do voto. E o resultado foi o aborto.
Os direitos reprodutivos aparecem como questão definitiva para 22% dos americanos, seguido por imigração (19%), proteção à democracia e direitos constitucionais (18%) e o custo de vida (16%).
2. A batalha dos sexos
Harris tem apoio maciço das mulheres, com uma diferença de 14 pontos em relação a Trump. Já Trump tem entre os homens 16 pontos a mais que Harris,
Essa diferença combinada de gênero de 30 pontos é maior do que o que as pesquisas de boca de urna mostraram em 2016 e 2020.
É especialmente importante prestar atenção às mulheres brancas com diplomas universitários, que estão apoiando Harris por impressionantes 28 pontos a mais que Trump.
3. Trump obteve ganhos entre eleitores latinos e negros
Se Kamala avançou entre mulheres brancas com diplomas universitários, ela perdeu terreno com eleitores latinos e negros.
No caso dos negros, os homens jovens são mais propensos a apoiar Trump.
Segundo pesquisa da rede NBC, Kamala tem 81% entre as mulheres negras, mas apenas 59% entre os homens negros. A mesma parcela de homens e mulheres — 10% — diz que está indecisa.
Os eleitores negros apoiam Harris por grandes margens em todas as faixas etárias, mas sua margem entre os eleitores jovens (63%) é muito menor do que sua margem entre os eleitores mais velhos (82%).
Esses dois movimentos tectônicos, advertem analistas, podem ser decisivos nos swing states, os estados-pêndulo que definem os números do Colégio Eleitoral.
4. Os eleitores estão divididos sobre quem – Harris ou Trump – é o candidato da mudança
Pesquisas mostram que Harris lidera sobre Trump por 5 pontos, 45% a 40%, quando os eleitores são questionados sobre quem representa melhor a mudança.
Mas mais eleitores (43%) disseram que sua maior preocupação era que Harris seguisse a mesma abordagem econômica de Biden.
Já 41% disseram que a maior preocupação era que Trump continuasse com a mesma abordagem de seu primeiro mandato.
5. Harris é mais popular que Trump. Mas por margem estreitíssima
Harris continua a ser mais popular que Trump, embora a diferença entre eles dependa da pesquisa.
Levantamento feito em outubro pela NBC mostrou Harris tem uma popularidade apenas 2 pontos maior que Trump. Um resultado apertadíssimo e sujeito à margem de erro.