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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Tarcísio e a paranoia

O maior desafio do governador paulista para ser candidato a presidente é a eterna desconfiança de Bolsonaro

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 ago 2024, 08h31

Do Palácio do Planalto ao Palácio dos Bandeirantes, passando pelo condomínio Vivendas da Barra, conta-se nos dedos de uma mão só quem duvida que o governador Tarcísio de Freitas quer ser o candidato da oposição em 2026. Ele governa como candidato, dá entrevistas como candidato, articula apoios na eleição para prefeito como candidato e, a cada oportunidade, jura sua fidelidade ao morador do Vivendas da Barra, Jair Bolsonaro, em busca do apoio para ser candidato. Falta, no entanto, combinar com os eleitores antipetistas. Por enquanto, eles preferem a mulher do ex-presidente, Michelle.

A rodada de pesquisa da Genial/Quaest na Bahia e Pernambuco é reveladora do longo caminho que Tarcísio precisa percorrer. Na Bahia, apenas 29% acham que ele seria o melhor nome para representar a oposição, ante 46% de Michelle. Em Pernambuco, ele tem só 24% e ela, 51%. Em abril, uma pergunta semelhante mostrou que Tarcísio é o favorito apenas em São Paulo, ficando em terceiro lugar em Minas Gerais, Paraná e Goiás. Por decisão do TSE, Bolsonaro teve seus direitos políticos cassados até 2030.

Como o mais provável é que Michelle saia candidata a senadora, a disputa de Tarcísio não é com a mulher de Bolsonaro, mas com a sua conhecida paranoia. Por temor de ser traído, Bolsonaro já rompeu com tanta gente que só não terminou a presidência na solidão pela intervenção do senador Ciro Nogueira, que tomou conta do último ano do governo.

É por isso que a cada oportunidade, Tarcísio reforça sua lealdade com o ex-presidente. “Tivemos um professor (em Bolsonaro). Aprendemos o caminho. A direita está unida e tem uma única liderança, que é o presidente Bolsonaro”, discursou num evento da extrema-direita em Camboriú, em julho. A pedido de Bolsonaro, Tarcísio impôs um ex-coronel da Polícia Militar como candidato a vice-prefeito em São Paulo e mudou seus apoios em algumas cidades do interior.

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Com apoio de parte preponderante da elite e da mídia, Tarcísio sabe que é a sua vez na fila para ser o candidato a presidente, mas sem Bolsonaro todo o projeto se desmancha. Só que a rejeição a Bolsonaro segue tão forte, que ser visto como um fantoche do ex-presidente é jogar as chances de vitória no lixo. Tarcísio precisa estar perto do ex-presidente a ponto de ter o seu apoio popular, mas mostrar alguma independência que indique que um eventual governo seu não será uma repetição dos anos 2019-22. É difícil.

A desconfiança sobre o quanto as falas de Tarcísio são prova de fidelidade e o quanto são apenas oportunismo político explicam a reticência do eleitor bolsonarista. Apoiar Michelle seria uma garantia para esses eleitores de que, em caso de vitória, quem tocaria o país seria Bolsonaro. Com Tarcísio, isso não é evidente no Palácio do Planalto, nem no Palácio dos Bandeirantes, nem no condomínio Vivendas da Barra.

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