O ex-juiz Sergio Moro lança nos próximos dias seu livro de memórias sobre a Operação Lava Jato e o período como ministro de Bolsonaro. No final do mês, de acordo com o que disse a amigos, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro deve anunciar que vai deixar o escritório de advocacia americano Alvarez & Marsal, trocar Washington por Brasília e “se colocar à disposição” para a campanha eleitoral. Vai usar o lançamento do livro para fazer uma turnê pelo Brasil e testar a sua popularidade.
Nas pesquisas conduzidas pelo partido Podemos, a futura legenda de Moro, o ex-juiz é o favorito entre os eleitores nem-nem, aqueles que rejeitam tanto Luiz Inácio Lula da Silva, quanto Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, Moro é o único candidato que os petistas e bolsonaristas rejeitam com igual intensidade — o que dificulta suas chances em um eventual segundo turno.
Não será um trabalho simples. Nas últimas pesquisas, Moro tem em torno de 10% das intenções de voto, empatando tecnicamente com Ciro Gomes na terceira posição. Nas mesmas sondagens, Luiz Inácio Lula da Silva tem 45% e Bolsonaro, 25%.
Na pesquisa da empresa Quaest, 59% dos eleitores dizem que conhecem e rejeitam Moro, enquanto 26% dizem que o conhecem e votariam ou poderiam votar — resultado da rejeição simultânea de petistas e bolsonaristas. Num hipotético segundo turno contra Lula, Moro teria só 26%.
No cenário imaginado pelos políticos do partido Podemos, Moro conduzirá uma pré-campanha até junho num acordo velado com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-ministro Luiz Mandetta. O mais bem colocado nas pesquisas receberia o apoio dos outros dois.
É uma articulação que depende da vitória de Leite nas prévias do PSDB e de como Mandetta ficará no União Brasil, o partido resultado da fusão do Democratas com o PSL.