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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Lula vai responsabilizar Bolsonaro pela arruaça em Aparecida

Não espere discussão de propostas no debate entre presidenciáveis

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 out 2022, 12h09 - Publicado em 14 out 2022, 12h07
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  • A arruaça dos bolsonaristas nos festejos de Nossa Senhora Aparecida na quarta-feira 12 será um dos temas do primeiro debate presidencial no domingo, transmitido pelas TVs Band e Cultura. Bêbados, os bolsonaristas do lado do lado de fora da Basílica de Aparecida, no interior de São Paulo, hostilizaram um jovem que vestia camisa vermelha e ameaçaram uma equipe de jornalistas, da TV Vanguarda e da TV Aparecida, que tiveram de se refugiar na igreja. Uma missa foi interrompida quando seguidores do presidente puxaram palavras de ordem e o coro de “mito”. Durante a homilia da missa principal, os bolsonaristas vaiaram o arcebispo da Arquidiocese, dom Orlando Brandes, por falar sobre a fome no país. Nunca houve incidentes deste porte nos festejos anteriores.

    O presidente não se desculpou pelos comportamento de seus militantes. Na única postagem real sobre sua visita à cidade, ele exibiu imagens dele sendo aplaudidos pelos fiéis. Na terça-feira 11, um dia antes da visita de Bolsonaro, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), lamentou em nota a participação do presidente na celebração “como caminho para angariar votos no segundo turno” e que “momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos”. Lula deve responsabilizar Bolsonaro pelas agressões em Aparecida.

    O debate de domingo é o primeiro entre Lula e Bolsonaro no segundo turno. Não espere uma discussão de propostas. Ao longo das últimas semanas, Bolsonaro chamou o adversário de “pinguço e ladrão”, enquanto foi chamado de “genocida”.

    As imagens dos baderneiros bolsonaristas em Aparecida acirram uma divisão religiosa na campanha. Primeiro candidato apoiado pelas lideranças de todas as denominações evangélicas, Bolsonaro fez o governo de maior interferência religiosa no século. Pastores foram indicados para comandar os ministérios da Educação e Direitos Humanos e, pela primeira vez, um advogado evangélico foi indicado para o Supremo Tribunal Federal. Ao longo da campanha, Bolsonaro reforçou seus laços com as igrejas evangélicas, disseminando a mentira de que Lula fecharia os templos caso eleito.

    Como na física, na política a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade. A cooptação das lideranças evangélicas teve como resultado uma reaproximação da CNBB com Lula e o PT, depois de anos de conflitos. Em 2006, a CNBB apoiou Geraldo Alckmin para presidente e, em 2010, às vésperas da eleição o papa Bento 16 deu declarações contra Dilma Rousseff. Assustados com o poder acumulado pelas lideranças evangélicas, os bispos se reaproximaram.

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